O Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini, afirmou que nos últimos 20 meses, o Governo de Israel tem feito continuamente alegações infundadas contra a UNRWA e sua neutralidade.
As alegações de Israel consideradas infundadas colocaram as vidas dos funcionários da Agência das Nações Unidas em sério risco e prejudicaram a reputação da Agência, escreveu Philippe Lazzarini.
O responsável da Agência das Nações Unidas declarou: “Numa carta que escrevi recentemente ao Ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, repeti as medidas concretas que a UNRWA vem tomando há mais de uma década em cooperação com o Governo de Israel, em linha com a transparência e a neutralidade.”
E, “a Agência solicitou em diversas ocasiões a cooperação do Governo de Israel, fornecendo informações e evidências para fundamentar as acusações feitas contra a UNRWA”, mas “até ao momento, a UNRWA não recebeu nenhuma resposta, nem o Governo de Israel compartilhou nenhuma evidência suficiente para respaldar essas alegações gravíssimas contra a Agência e o seu pessoal.”
Philippe Lazzarini, lembrou que “a ONU depende dos Estados-Membros para segurança e informações relativas às suas instalações e pessoal”, e que “os Estados-Membros – não as Nações Unidas – são responsáveis pelas investigações criminais e processos de atividades militantes armadas.”
Assim, “espera-se que os Estados-Membros conduzam as suas investigações em conformidade com o devido processo e informem às Nações Unidas sobre o resultado desses processos, caso possam impactar as operações ou a equipa da ONU”.
Ora, afirmou Philippe Lazzarini, “neste caso, o Governo de Israel não compartilhou provas adequadas com a ONU para permitir a comprovação por meio de processos administrativos, nem iniciou seus próprios processos criminais, o que também exigiria a apresentação de provas confiáveis e o devido processo legal.”
Para Comissário-Geral da UNRWA “se o Governo de Israel tivesse tomado qualquer uma dessas medidas e cooperado com a UNRWA, a Agência poderia ter agido de acordo com seus regulamentos e o devido processo legal.”
Sendo que “os requisitos mínimos são provas suficientes e o devido processo legal. A ausência de ambos, mais de um ano depois, levanta a possibilidade de que as acusações fossem infundadas.”
Philippe Lazzarini declarou:” Na carta, instei mais uma vez o Estado de Israel a renovar a cooperação de décadas com a UNRWA, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e outras estruturas internacionais. Solicitei que ponham fim à campanha de desinformação infundada contra a Agência.”
“Afirmei também que a UNRWA, juntamente com outras agências da ONU, está pronta para dar continuidade ao trabalho crucial que realiza em ajuda humanitária, educação e assistência médica aos refugiados palestinos. Gaza é um exemplo de como a Agência dispõe dos suprimentos e da estrutura para realizar entregas em larga escala”, concluiu Comissário-Geral da UNRWA.