O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou estar “profundamente alarmado com o uso da força pelos Estados Unidos contra o Irão. Trata-se de uma escalada perigosa numa região já em crise, e uma ameaça direta à paz e à segurança internacionais.”
Para António Guterres, com o ataque a unidades nucleares no Irão há “um risco crescente de que o conflito saia rapidamente do controlo, com consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo”, e apelou aos países para diminuírem a tensão e para cumprirem as obrigações ao abrigo da Carta das Nações Unidas e as outras regras do direito internacional.
“Não há solução militar. O único caminho a seguir é a diplomacia. A única esperança é a paz”, concluiu o Secretário-Geral da ONU.
“Os povos da região não podem suportar outro ciclo de destruição. E, no entanto, agora corremos o risco de cair num buraco de retaliação após retaliação. Para evitar isto, a diplomacia deve prevalecer. Os civis devem ser protegidos. A navegação marítima segura deve ser garantida”, afirmou o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, perante o Conselho de Segurança.
António Guterres acrescentou: “Precisamos de uma solução fiável, abrangente e verificável — uma que restaure a confiança – incluindo o acesso total aos inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica), enquanto autoridade técnica das Nações Unidas neste domínio.”
Ainda perante o Conselho de Segurança, Miroslav Jenča, Secretário-Geral Adjunto para a Europa, Ásia Central e Américas nos Departamentos de Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz e de Operações de Paz, referiu: “O mundo também não será poupado às ramificações deste perigoso conflito”, e sobre o ataque dos EUA ao Irão, acrescentou: “último acontecimento deve ser encarado com a máxima seriedade. Marca uma perigosa escalada num conflito que já devastou muitas vidas em ambos os países, numa região em situação de risco.”
Rafael Mariano Grossi, Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atómica afirmou no Conselho de Segurança que “neste momento, ninguém, incluindo a AIEA, está em condições de avaliar os danos subterrâneos em Fordow”, instalações no Irão bombardeadas pelos EUA.
“Os ataques armados a instalações nucleares nunca deveriam ocorrer e podem resultar em libertações radioativas com grandes consequências dentro e fora das fronteiras do Estado que foi atacado”, disse o responsável da AIEA.
