Brexit: A influência nas eleições norte americanas

Decisão dos britânicos de sair da União Europeia pode levar a mais nacionalismo e protecionismo, e ao desmoronamento da União, como previu Milton Friedman. O Brexit irá a influenciar o debate no FreedomFest, nos EUA.

Brexit: A influência nas eleições norte americanas
Brexit: A influência nas eleições norte americanas. Foto: © DR

Wall Street e os mercados globais reagiram após os cidadãos britânicos terem surpreendido as estatísticas e votado para deixar a União Europeia (UE).

Mark Skousen, economista e produtor de FreedomFest referiu, a propósito da decisão do Reino Unido: “Este terremoto político e económico poderá ter repercussões durante anos, e não deve ser menosprezado. É uma mensagem importante para os nossos governantes e tem grande importância nas próximas eleições nos Estados Unidos da América (EUA) “.

Será que desta decisão vai resultar mais nacionalismo e protecionismo num momento em que a economia global está vulnerável? Ou, será que a UE vai prosseguir com uma política de impostos e regulatória ou libertar o mercado em vez de o proteger? Qual será o impacto que esta bomba política do Reino Unido tem sobre as eleições dos Estados Unidos?

Na grande convenção FreedomFest, que se realiza em Las Vegas de 13 a 17 de julho muitas das questões do Brexit irão ser debatidas. De acordo com a informação já disponível do “maior encontro de mentes livres”, o “Brexit e o futuro da economia global, os mercados e o cenário político” vão ser debatidos, por alguns dos mais importantes nomes norte americanos das finanças.

Para Skousen a lição mais importante a retirar da decisão dos britânicos é que a UE ultrapassou limites ao aplicar uma tributação excessiva, regulação e tirania política, e agora está a pagar o preço, e possivelmente haverá consequências adicionais que podem estar à espreita no horizonte.

Skousen adverte que isto poderá sinalizar o começo do fim da UE, como previu Milton Friedman, Prémio Nobel em Economia de 1976, e considerado um dos economistas mais influente do século XX.

Milton Friedman estava convencido de que quando houvesse uma crise na União Europeia iriam emergir os egoísmos nacionais, e a estrutura iria desmoronar-se, dado que os países integrantes da Zona do Euro não têm a homogeneidade política, social e linguística que têm os EUA.

O economista referia que não pode haver uma união monetária sem união política. As preocupações com a imigração descontrolada, perda de soberania e domínio a partir de Bruxelas foram mais importantes para os britânicos do que os riscos económicos da saída do Reino Unido da UE.

Da mesma forma, Donald Trump e Bernie Sanders têm vindo a explorar os sentimentos dos americanos, dado que estes também se sentem privados de direitos civis por um governo que não lhe está perto e que lhe é indiferente, que impõe impostos excessivos, demasiada regulamentação e perda de direitos.

Skousen disse: “Nem Trump nem Sanders têm as melhores soluções para o problema, mas eles sabem como refletir a raiva americana. O perigo é que Trump e Sanders, como os alarmistas da UE, irão alimentar o nacionalismo e o protecionismo num tempo em que a economia global está estagnada”.

O economista da FreedomFest referiu ainda que “foi o que aconteceu no início de 1930 com a passagem da tarifa protecionista ‘Smoot-Hawley’, que agravou a Grande Depressão”. A comunidade global está a entrar numa nova era de instabilidade política e económica, e é difícil dizer qual será o resultado final.