Cessar-fogo de Donald Trump e a morte da população de Gaza

Cessar-fogo de Donald Trump e a morte da população de Gaza
Cessar-fogo de Donald Trump e a morte da população de Gaza. Foto: © OMS/arquivo

Enquanto o Presidente dos EUA, Donald Trump, fala em cessar-fogo na Faixa de Gaza, as mortes em massa de palestinianos continuam a ser relatadas. Nas últimas cinco semanas, à medida que as pessoas se aproximavam ou se reuniam perto de locais de distribuição de ajuda humanitária, que são controlados pelas forças militares de Israel, os relatos são que muitas foram mortas e outras feridas.

Dados do Ministério da Saúde em Gaza apontam que, entre 27 de maio e 28 de junho, foram mortas 583 pessoas, e destas, 408 pessoas foram mortas nos locais de distribuição da ajuda humanitária e 175 foram mortas enquanto esperavam os camiões de ajuda humanitária.

Como relata o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários e citando os Médicos Sem Fronteiras, as equipas médicas notaram um aumento acentuado no número de pacientes com ferimentos por bala, após violência e ataques frequentes nos locais de distribuição de ajuda humanitária e arredores. Além disso o coordenador de emergência dos Médicos Sem Fronteiras, em Gaza, acrescentou: “Se as pessoas chegam cedo e se aproximam dos postos de controlo, são baleadas. Se chegam na hora, mas há um congestionamento e pulam os montes e os fios, são baleadas. Se chegam tarde, não deveriam estar lá porque é uma ‘zona evacuada’, então são baleadas.”

Tal como afirmou, em 27 de junho, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, as pessoas em Gaza “estão a ser mortas simplesmente ao tentar alimentar-se a si próprias e às suas famílias”, com bombas “a cair sobre tendas, sobre famílias, sobre aqueles que não têm para onde fugir” e as pessoas “agora confinadas a menos de um quinto do território de Gaza”.

O Secretário-Geral das Nações Unidas lembrou que ao mesmo tempo, as operações humanitárias estão a ser sufocadas, “os médicos são forçados a escolher quem recebe o último frasco de medicamento ou o último ventilador, e os próprios trabalhadores humanitários estão a morrer de fome”.

Perante a catástrofe continua soar vazia a frase já por várias vezes dita pelo Secretário-Geral das Nações Unidas e por diversos líderes mundiais que “Israel, como potência ocupante, é obrigado pelo direito internacional a concordar e facilitar a ajuda humanitária”.