Cimeira UE-China mostra diferenças sobre conflito na Ucrânia

União Europeia justifica sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia e considera injustificadas as sansões da China, inclusive contra deputados ao Parlamento Europeu. Na cimeira UE-China a UE referiu-se às ameaças à segurança cibernética.

Cimeira UE-China mostra diferenças sobre conflito na Ucrânia
Cimeira UE-China mostra diferenças sobre conflito na Ucrânia. Foto: UE

Na cimeira entre União Europeia (UE) e a China que se realizou hoje, 1 de abril, por videoconferência, esteve presente o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pela UE o Primeiro-Ministro da China, Li Keqiang, a que se seguiu com o presidente da China, Xi Jinping.

A reunião permitiu discutir o conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia. Um conflito “que põe em perigo a segurança global e a economia mundial, bem como a segurança alimentar e energética”. Para a UE a prioridade é travar a invasão da Rússia à Ucrânia. No atual cenário, a UE considerou que a Rússia deve “permitir o acesso humanitário e salvaguardar os corredores humanitários e abster-se de visar a população civil e as infraestruturas”.

A UE exortou a China a apoiar os esforços para pôr fim imediato ao derramamento de sangue na Ucrânia, tendo em conta o papel da China no mundo como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, e as relações singularmente estreitas que tem com a Rússia.

A UE recordou que que as sanções adotadas internacionalmente contra a Rússia têm “o único objetivo de travar a agressão russa, apesar do impacto económico significativo na UE e nos seus parceiros a nível mundial”.

Na reunião, a UE manifestou deceção com as sanções da China, que classificou “injustificadas, inclusive contra deputados ao Parlamento Europeu, e as medidas coercivas contra o Mercado Único da UE e os Estados-Membros.”

A recuperação da pandemia da COVID-19 continua a ser uma prioridade para a UE e para a China, tendo sido discutida cooperação na campanha de vacinação e reabertura da economia. A UE manifestou disponibilidade para trabalhar com a China e outros Estados-Membros da Organização Mundial da Saúde num novo acordo sobre prevenção, preparação e resposta a pandemias.

A UE salientou as preocupações com o acesso ao mercado e o ambiente de investimento na China, para ser assegurada uma relação comercial e económica equilibrada, tendo sido concordado, num futuro próximo, expandir o Acordo UE-China sobre a Proteção de Indicações Geográficas.

A cooperação sobre mudanças climáticas e transição energética foram outros dos temas abordados, na cimeira, e acordaram trabalhar em conjunto para garantir um novo quadro global de biodiversidade robusto e ambicioso na COP15 em Kunming.

A UE manifestou à China preocupação com o aumento das ameaças à segurança cibernética e pediu um comportamento responsável do Estado no ciberespaço.

A UE indicou que expressou à China a sua preocupação com a situação dos direitos humanos na China, incluindo o tratamento de pessoas pertencentes a minorias e defensores dos direitos humanos, e terá apontando casos individuais, bem como sobre o desmantelamento do “One Country Two Systems” em Hong Kong.

Foi reafirmado pela UE o seu compromisso com a política de uma só China, no entanto manifestou preocupação com o aumento das tensões através do Estreito. Além disso foram abordadas as situações no Afeganistão, Mianmar e na Península Coreana.