A fome já não é um risco em Gaza. É uma realidade. As crianças estão a morrer de fome e de doença, enquanto as famílias passam dias sem comida. O acesso à água potável e à saúde entrou em colapso, afirmou a Comissária Europeia para Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Hadja Lahbib, numa declaração no dia em que as Nações Unidas confirmam Gaza em fome extrema.
Com a Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC) a confirmar que a província de Gaza está em situação de fome e que outras regiões da Faixa de Gaza também deverão entrar em situação de fome nos próximos dias ou poderão já estar a enfrentar realidade de fome idêntica ou pior, como poderá ser o caso do norte de Gaza.
Só na cidade de Gaza, “mais de 500.000 pessoas enfrentam condições catastróficas de fome” e “até ao final de Setembro, este número deverá aumentar para quase 641 mil pessoas – quase uma em cada três pessoas na Faixa de Gaza”, refere a Comissária.
“Este é um sinal claro de que a situação humanitária em Gaza é intolerável. As pessoas estão a morrer de fome, enquanto a ajuda é acumulada na fronteira sem chegar aos necessitados”, afirma a Comissária Lahbib.
Para a Hadja Lahbib “de acordo com o Direito Internacional Humanitário, todas as partes em conflito devem assegurar que as necessidades básicas dos civis são satisfeitas, especialmente a alimentação, a água e a assistência médica. As agências das Nações Unidas e as organizações não-governamentais (ONG) humanitárias devem ter permissão para levar ajuda às pessoas necessitadas sem limitações desnecessárias.”
No entanto, reforça a Comissária, “apesar dos esforços contínuos da comunidade internacional para entregar alimentos, as quantidades que entram efetivamente na Faixa de Gaza não são suficientes para evitar a fome em massa. A magnitude da crise exige uma resposta sustentável e em grande escala para tornar possível uma recuperação real.”
“Reiteramos que Israel deve conceder acesso imediato à ajuda através de todos os canais seguros e eficazes para que chegue a todos em Gaza. Israel deve autorizar todos os envios de ajuda de ONG internacionais e permitir que intervenientes humanitários essenciais e íntegros operem” refere a Comissária na sua declaração.














