Comissão Europeia lança investigação sobre carros elétricos importados da China

Comissão Europeia reuniu provas que o recente aumento das importações a baixos preços de veículos elétricos provenientes da China, se deve a uma indústria ilegalmente subsidiada. Investigação pode levar à imposição de direitos antissubvenções sobre as importações.

Comissão Europeia lança investigação sobre carros elétricos importados da China
Comissão Europeia lança investigação sobre carros elétricos importados da China

A Comissão Europeia lançou, no passado dia 4 de outubro, uma investigação sobre importação de veículos elétricos a bateria provenientes da China. A investigação tem como objetivo determinar se a indústria interveniente na produção dos veículos elétricos na China beneficia de subsídios ilegais e se esses subsídios causam ou ameaçam causar prejuízos económicos aos produtores de carros elétricos da União Europeia (UE).

No caso de se virem a confirmar as suas condições, a investigação irá examinar as prováveis ​​consequências e o impacto das medidas sobre os importadores, utilizadores e consumidores de carros elétricos na UE.

A partir das conclusões da investigação, a Comissão Europeia indica que irá determinar se é do interesse da UE remediar os efeitos das práticas comerciais desleais com imposição de direitos antissubvenções sobre as importações de carros elétricos provenientes da China.

A Comissão Europeia referiu que investigação, que foi anunciada por Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, em 13 de setembro, no discurso sobre o Estado da União Europeia, irá desenvolver-se seguindo procedimentos legais rigorosos em linha com as regras da UE e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Assim, a todas as partes envolvidas, incluindo o governo chinês e as empresas/exportadores poderão apresentar os seus comentários, provas e argumentos.

Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, afirmou: “O setor dos veículos elétricos detém um enorme potencial para a futura competitividade e liderança industrial verde da Europa. Os fabricantes de automóveis da UE e os setores conexos já estão a investir e a inovar para desenvolver plenamente este potencial. Sempre que encontrarmos provas de que os seus esforços estão a ser prejudicados por distorções do mercado e pela concorrência desleal, agiremos de forma decisiva. E faremos isto no pleno respeito pelas nossas obrigações europeias e internacionais – porque a Europa cumpre as regras, dentro das suas fronteiras e a nível global. Esta investigação anti-subsídios será completa, justa e baseada em fatos.”

Investigação por iniciativa da Comissão Europeia

A Comissão Europeia lançou a investigação por sua própria iniciativa, sem ter recebido qualquer queixa formal da indústria da UE. No entanto, a Comissão indicou que reuniu provas suficientes de que o recente aumento das importações subsidiadas e a baixos preços de veículos elétricos provenientes da China para a UE representava uma ameaça económica para a indústria automóvel elétrica da UE.

De acordo com os requisitos legais, ao abrigo das regras da UE e da OMC, foram realizadas consultas de pré-iniciação com o governo chinês antes da publicação do aviso de início da investigação esclareceu a Comissão Europeia.

Procedimento e decisão sobre conclusão da investigação

A investigação que deverá estar concluída no prazo máximo de 13 meses está atenta às alegações e irá seguir os procedimentos para determinar a potencial existência de subvenções que constituem uma ameaça para a indústria da UE.

A Comissão alerta que se legalmente justificado, quaisquer direitos antissubvenções provisórios poderão ser instituídos até nove meses após o início, e quaisquer medidas definitivas serão instituídas até quatro meses mais tarde ou no prazo de 13 meses após o início do inquérito.

Para Valdis Dombrovskis, Vice-Presidente Executivo e Comissário para o Comércio, “os veículos elétricos a bateria são cruciais para a transição ecológica e para cumprir os nossos compromissos internacionais de redução das emissões de CO2. É por esta razão que sempre saudámos a concorrência global neste sector, o que significa mais escolha para os consumidores e mais inovação. Mas a concorrência deve ser justa”.

O Comissário acrescentou: “As importações devem competir nas mesmas condições que a nossa própria indústria. Justiça também é a palavra de ordem para esta investigação: consultaremos todas as partes relevantes e aderiremos rigidamente às regras nacionais e internacionais. Esperamos a plena cooperação de todas as partes relevantes. O resultado será baseado em fatos.”