Coroação do Rei Carlos III será diferente de cerimónias anteriores

Cerimónia da coroação de Carlos III, a 6 de maio de 2023, irá invocar o passado mas também irá evoluir e terá preocupações ambientais - não será usado na unção o óleo tradicionalmente feito com âmbar de cachalotes e óleo do gato selvagem, civeta.

Coroação do Rei Carlos III será diferente de cerimónias anteriores
Coroação do Rei Carlos III será diferente de cerimónias anteriores. Foto: Wikimedia Commons

A última cerimónia de coroação, no Reino Unido, foi a da Rainha Elizabeth II, a monarca com maior reinado da história britânica. Com a morte de Elizabeth em setembro de 2022, o filho, príncipe Carlos, assumiu imediatamente o trono.

A próxima cerimónia é a primeira desde 2 de junho de 1953, quando a Rainha Elizabeth foi coroada. Andrew Walkling, da Universidade de Binghamton, referiu que o objetivo da cerimónia é invocar o passado e estabelecer uma conexão com a tradição. No entanto, a cerimónia irá ter algumas coisas diferentes.

“É pretendido que uma coroação não seja apenas uma espécie de retorno ao passado, mas algo que reflita o novo reinado”. Uma cerimónia de coroação que será muito mais amiga do ambiente, até nos pequenos detalhes dos rituais, como é o caso da unção por um sacerdote com um óleo sagrado chamado crisma. Um óleo que é tradicionalmente feito com âmbar de cachalotes e óleo de um gato selvagem, civeta.

Como refere Andrew Walkling “o óleo de crisma deve conter essas coisas, mas Carlos quer que a coroação seja mais humana, então vai ser usado óleo sem os ingredientes” tradicionais. No unção irá ser usado azeite de azeitonas colhidas em dois olivais no Monte das Oliveiras, Jerusalém, e perfumado com óleos essenciais de gergelim, rosa, jasmim, canela, neroli, benjoim, âmbar e flor de laranjeira.

A cerimónia também será um assunto menor em termos de público. Para a coroação de Elizabeth II, houve 8.251 convidados que estiveram presentes, mas como indica Andrew Walkling, Carlos quer algo diferente. “Quer reconhecer uma faixa mais ampla da sociedade britânica para a coroação”, e “quer um público presente muito menor fisicamente para torná-lo mais íntimo e também para enfatizar que é para todos, porque a maioria das pessoas assistirá pela televisão em vez de serem convidados”.

Passados setenta anos desde a coroação de Elizabeth II, irão permanecer muitas tradições, mas muitas irão progredir, dado que “existem certos elementos da cerimónia de coroação que remontam à Idade Média” e “existem outras mais recentes, mas parte do objetivo é fazer uma ligação com a tradição.”