Desmantelada rede ilegal de transmissão conteúdos em streaming

Grande rede criminosa de distribuidores ilegais de conteúdos audiovisuais em streaming, por três continentes, foi agora desmantelada pela polícia espanhola, com apoio da Europol e Eurojust e de polícias de vários países.

Desmantelada rede ilegal de transmissão conteúdos em streaming
Desmantelada rede ilegal de transmissão conteúdos em streaming. Foto: DR

A Polícia Nacional Espanhola desmantelou uma grande rede criminosa que distribuía ilegalmente conteúdos audiovisuais na Europa, Ásia e Médio Oriente. A investigação, apoiada pela Europol e Eurojust, envolveu também autoridades policiais da Bélgica, Canadá, República Checa, Dinamarca, França, Itália, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Polónia, Roménia, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.

No dia da ação policial, 3 de junho de 2020, as autoridades policiais da União Europeia realizaram 15 buscas domiciliares, prenderam 11 indivíduos (4 em Espanha, 1 na Alemanha, 3 na Suécia e 3 na Dinamarca) e interrogaram outras 16 pessoas pelo possível envolvimento no esquema ilegal. O cabecilha que liderava a rede criminosa está entre os indivíduos presos.

A Europol referiu que as ações das autoridades resultaram na apreensão de 4,8 milhões de euros, incluindo propriedades no valor de mais de 2 milhões de euros, 4 carros no valor de meio milhão de euros, relógios de luxo, dinheiro, criptomoedas e equipamentos eletrónicos.

As autoridades policiais supriram da rede Internet 50 endereços IP e parte da infraestrutura criminal online, e 11 contas bancárias no total de 1,1 milhão de euros foram congeladas.

A investigação sobre as atividades da rede criminosa começou em 2019, quando a Polícia Nacional Espanhola detetou a existência de vários sites que distribuíam ilegalmente conteúdo audiovisual em diferentes países da Europa, Ásia e Médio Oriente. A distribuição dos serviços ilegais, em violação aos direitos de propriedade intelectual, foi estabelecida via Internet Protocol Television (IPTV) e era gerida em Espanha.

A rede criminosa oferecia ilegalmente mais de 40.000 canais de TV, filmes, documentários e outros conteúdos digitais através de sites hospedados numa rede internacional de servidores.

O serviço ilegal era disponibilizado através de um ambiente web atraente a preços muito mais competitivos do que os praticados no mercado. A rede criminosa chegou a implementar uma sofisticada assistência técnica e controlo de qualidade por meio de uma plataforma online de suporte ao cliente.

Mais de 2 milhões de assinantes recebiam os serviços ilegais, totalizando lucros para a rede criminosa de cerca de 15 milhões de euros. A investigação concentrou em desligar os servidores e desconectar os endereços IP e obter informações relevantes para desmantelar efetivamente o grupo criminoso.

Toda a ação foi possível com o apoio à investigação por parte da Europol, que facilitou o intercâmbio de informações e apoiou a investigação financeira. Durante o dia de intervenção das polícias, foi criado um posto de comando virtual na Europol para facilitar a coordenação operacional e o intercâmbio de informações e análises operacionais em tempo real nas bases de dados da Europol.

A Europol referiu que este é um primeiro exemplo das sinergias criadas pela fusão de diferentes equipas, compostas por especialistas em economia e finanças, no novo Centro Europeu de Crimes Financeiros e Económicos, criado recentemente na Europol.

O IPC3, Coligação Coordenada para Crimes de Propriedade Intelectual, da Europol, que apoiou a investigação, é um projeto cofinanciado pelo EUIPO para combater o crime de propriedade intelectual.