Dispositivos de ecrã tornam crianças e adolescentes sedentários

Crianças e adolescentes espanhóis, entre os 7 e os 17 anos de idade, têm estilo de vida sedentário. Cerca de 48,4% das crianças e adolescentes passam mais de duas horas por dia em frente de um ecrã, e no fim-de-semana sobe para 84%.

Jovens em jogos eletrónicos
Jovens em jogos eletrónicos. Foto: Rosa Pinto

Estudo científico espanhol ANIBES, sobre ‘sedentarismo em crianças e adolescentes espanhóis’, mostra que entre os 9 e os 17 anos de idade o estilo de vida é sedentário, e que a disponibilidade de dispositivos eletrónicos em casa determina o tempo gasto em frente a um ecrã.

Os resultados do estudo, “que incorpora novos elementos do estudo científico sobre dados antropométricos, a ingestão de macronutrientes e micronutrientes e suas fontes e o nível de atividade física e de dados socioeconómicos da população”, já se encontram publicados na revista científica internacional ‘BMC Public Health’. O estudo foi coordenado pela Fundação Espanhola de Nutrição (FEN).

O estudo conclui que “cerca de 48,4% das crianças e adolescentes, que participaram no estudo, estiveram mais de duas horas por dia em frente de um ecrã, independentemente do dia da semana”. No fim-de-semana valor subiu para os 84%.

Estudo científico espanhol ANIBES
Estudo científico espanhol ANIBES

A Academia Americana de Pediatria recomenda que as crianças e os adolescentes não devem estar mais de 2 horas por dia, em frente de um ecrã. O estudo mostra que o tempo recomendado é largamente ultrapassado, e indica que a idade é determinante no estilo de vida sedentário, “uma vez que os adolescentes passam mais tempo em frente ao ecrã comparativamente com as crianças”.

González-Gross, diretora do grupo de investigação ImFINE e professora da Faculdade de Ciências de Educação Física e Desporto da Universidade Politécnica de Madrid, indica que “55,4% das crianças espanholas e adolescentes com idades entre 9 e os 17 anos não cumpre as recomendações internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) relacionadas com a atividade física”.

Em face dos resultados, os investigadores recomendam que os serviços de Saúde Pública devem influenciar os comportamentos dos jovens, “diminuindo o tempo em que as crianças e adolescentes estão sentados fora do ambiente de estudo, e em segundo lugar, para aumentar a atividade física”.

González-Gross indica que “o grupo de adolescentes (envolvidos no estudo) gastou mais tempo a assistir a televisão, jogando com computadores ou consolas ou navegando na Internet para estudo ou por outros motivos, do que o grupo de crianças”.

A investigadora refere ainda que “38,5% do grupo de crianças e 60% dos adolescentes estiveram mais de 2 horas por dia, durante a semana, frente e um ecrã e que as percentagens durante o fim-de-semana foram de 82,25 e 85,8%, respetivamente”.

O estudo mostra que “30% das crianças e adolescentes tinha TV, PC e /ou consola no quarto”, pelo que González-Gross considera que as novas gerações recorrem em excesso às novas tecnologias”, sendo que “o dispositivo mais utilizado entre a população masculina com idades entre 9 e 17 anos é a consola, enquanto na população feminina é a televisão”.

Estudo científico espanhol ANIBES
Estudo científico espanhol ANIBES