Egito aceita receber 81 feridos e doentes da Faixa de Gaza

Organização Mundial da Saúde saúda a decisão do Egito de aceitar 81 feridos e doentes da Faixa de Gaza para tratamento. O processo já está em curso com ambulâncias em trânsito pela fronteira de Rafah.

Egito aceita receber 81 feridos e doentes da Faixa de Gaza
Egito aceita receber 81 feridos e doentes da Faixa de Gaza. Foto: © OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está a apoiar o Ministério da Saúde do Egito no planeamento e estabelecimento de um sistema abrangente de triagem, estabilização e evacuação médica com formação ao pessoal de saúde, para retirar e cuidar de pacientes da Faixa de Gaza

A OMS indica que também está a trabalhar com a Sociedade do Crescente Vermelho Egípcio para garantir que os serviços de apoio a traumas psicológicos estejam disponíveis para os pacientes.

Os especialistas da OMS visitaram em Al-Arish, as instalações de evacuação médica e se reuniram com equipas médicas e paramédicos de ambulância que receberam treino em suporte avançado de vida. “Existem 65 ambulâncias equipadas com capacidade total de reanimação e suporte de vida. Treze das equipas de ambulância incluem médicos de emergência treinados, além de paramédicos com treino em suporte avançado de vida”.

“O Hospital Al-Arish será o principal hospital de primeira referência. Possui instalações de reanimação e terapia intensiva totalmente equipadas e uma variedade de equipas cirúrgicas para tratar lesões graves, incluindo traumas graves e queimaduras. Também estão em vigor acordos de encaminhamento para hospitais de segunda linha no Egito”, refere a OMS.

Na Faixa de Gaza há milhares de pessoas a necessitar de acesso a serviços de saúde urgentes e essenciais. Há escassez de medicamentos, suprimentos de saúde e outros bens essenciais como combustível, água e alimentos.

A OMS refere que entre as pessoas mais necessitadas estão “milhares de civis gravemente feridos (muitos deles crianças); mais de 1.000 pessoas que precisam de diálise renal para permanecerem vivas; mais de 2.000 pacientes em terapia contra o cancro; 45 mil pessoas com doenças cardiovasculares; e mais de 60.000 pessoas com diabetes. Estes pacientes devem poder ter acesso sustentado a cuidados de saúde dentro de Gaza. Os hospitais e outras instalações de saúde devem ser protegidos contra bombardeamentos e utilização militar.”

“Antes de 7 de Outubro de 2023, cerca de 100 pacientes precisavam de acesso diário a serviços de saúde especializados fora da Faixa de Gaza devido à falta dos serviços de saúde especializados necessários dentro de Gaza”, lembra a OMS.

Em face da situação que é um colapso humanitário a OMS “apela ao acesso urgente e acelerado à ajuda humanitária – incluindo combustível, água, alimentos e bens médicos – dentro e em toda a Faixa de Gaza, e ao acesso dos pacientes a serviços de referência fora de Gaza. Em última análise, a OMS apela a um cessar-fogo humanitário para evitar mais perdas e sofrimento.”