Enzima que faz pão macio desenvolvida por investigador da UMinho

Enzima desenvolvida por investigador da Universidade do Minho é atualmente usada na maioria das panificadoras e padarias de todo o mundo. A enzima xilanase ajuda a fortalecer a massa do pão, deixando-o maior e mais macio durante mais tempo.

Tony Collins na Antártida
Tony Collins na Antártida. Foto: © DR

O investigador, Tony Collins, da Universidade do Minho (UMinho), desenvolveu uma enzima de um organismo adaptado ao frio que é agora usada na maioria das panificadoras e padarias de todo o mundo, indicou a UMinho.

A enzima xilanase desenvolvida por Tony Collins “ajuda a fortalecer a massa do pão, deixando-o maior e mais macio durante mais tempo. É uma enzima eficiente a baixas temperaturas que provém de uma bactéria que foi recolhida na Antártida”.

Tony Collins, investigador FCT do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da UMinho, em Braga, referiu que o desenvolvimento da enzima “é um exemplo de um estudo completo, desde a recolha de amostras no polo sul, passando pelo desenvolvimento em laboratório até à aplicação no fabrico de produtos que consumimos regularmente”.

O estudo permitiu o registo de duas patentes internacionais, e que posteriormente se traduziram no produto de enzima comercializado mundialmente pela empresa belga Puratos N.V.

Atualmente, Tony Collins está, no âmbito do projeto ‘EcoAgriFood’, a identificar e a desenvolver enzimas para o tratamento de subprodutos da indústria alimentar de forma a os transformar em produtos de valor acrescentado.

O investigador trabalha ainda em projetos comuns com as universidades de Liège, na Bélgica e Cork na Irlanda e ao mesmo tempo a negociar parcerias com empresas nacionais do sector agroalimentar.

A investigação de Tony Collins “tem como objetivo o desenvolvimento de proteínas com aplicação em processos industriais”, para isso, fez duas expedições à Antártida focando-se nos seres que vivem em condições extremas, os extremófilos”.

O investigador pretende compreender como estes extremófilos se adaptam a condições adversas e desta forma abrir “novas perspetivas para melhorar aspetos da vida humana”.

“Os extremófilos são já um elemento central da indústria biotecnológica de milhares de milhões de euros, sendo usados, por exemplo, no fabrico de biocombustíveis, nos detergentes, na indústria alimentar, na preparação de têxteis e no tratamento de resíduos tóxicos”, esclareceu Tony Collins.

O investigador acredita que novos estudos podem vir a revelar “mais segredos sobre estes organismos (extremófilos) e que a sua utilização na indústria irá crescer e expandir para outros campos”.