Esclerose Múltipla: Avanços no tratamento reúne especialistas no Porto

Avanços no tratamento da Esclerose Múltipla, uma doença crónica, inflamatória e degenerativa do sistema nervoso central, estão em debate no Porto. De 14 a 16 de fevereiro de 2019, especialistas a nível mundial vão dar a conhecer as inovações.

Esclerose Múltipla: Avanços no tratamento reúne especialistas no Porto
Esclerose Múltipla: Avanços no tratamento reúne especialistas no Porto. Foto: © Rosa Pinto

Especialistas em Esclerose Múltipla (EM) a nível mundial reúnem no Porto, de 14 a 16 de fevereiro de 2019, no edifício da Ordem dos Médicos, no 5th International Porto Congress Multiple Sclerosis, para abordar os avanços e temas mais atuais no tratamento da EM. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde a doença “afeta cerca de 2.5 milhões de pessoas em todo o mundo”, e em Portugal, estudo de 2009 estima que 8.000 pessoas sofram de EM”.

A Esclerose Múltipla é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa do sistema nervoso central, que surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos de idade, ou seja, entre os jovens adultos. Afeta com maior incidência as mulheres em comparação com os homens.

Uma doença sobre a qual “ainda há um grande desconhecimento sobre os seus sintomas, além de ter ainda um impacto negativo na qualidade de vida de muitos doentes, nomeadamente, mais de metade dos doentes relata níveis de incapacitação: 32% não conduzem e 77% não trabalham, sendo que 92% dos doentes que não trabalham estão abaixo da idade da reforma”.

Maria José Sá, presidente do Congresso, afirmou: “Este é um momento de debate, análise e reflexão sobre os novos desafios que esta doença nos coloca”. Com esse objetivo acrescentou: “Durante três dias, estamos reunidos no Porto para propagar a inovação e as mais recentes novidades, sobre esta doença do foro neurológico, para o resto do mundo num encontro que tem vindo a ganhar cada vez mais reconhecimento internacional”.

Os especialistas debatem para além da doença e dos desafios físicos e emocionais que apresenta também abordam o conhecimento dos custos e gestão, em Portugal. Um conhecimento que é escasso. “É necessário debater, estudar e propagar as inovações, assim como melhorar o planeamento da assistência médica e a alocação de recursos. Estamos perante uma doença, em que o custo médio de um surto está estimado em 2.931 euros” referiu Maria José Sá.

Os congressistas vão, para além de acompanhar o rápido desenvolvimento da ciência, tecnologia e estilos de vida, contar ainda com “a presença da Casa da Esclerose Múltipla que permitirá aos seus visitantes terem a perceção, a nível sensorial, do que é viver com EM, através de várias experiências nas tarefas do dia-a-dia.”

Do programa, que cruza aspetos das ciências exatas e clínicas, fazem parte temas como “Matemática e Física na Esclerose Múltipla”; “Neuro imagem”; “O tempo importa na Esclerose Múltipla: caso da cognição” e cursos pré-congresso sobre a importância de ter uma equipa multidisciplinar ao serviço dos doentes, onde se sublinha o papel, por exemplo, dos enfermeiros e dos neuropsicólogos.

Durante o Congresso são ainda eleitos os vencedores do prémio “MS Porto”, que pretende reconhecer a investigação e as melhores práticas clínicas na área da Esclerose Múltipla.