Fibrose Pulmonar Idiopática tem uma sobrevivência média de três a cinco anos

O tempo de vida médio para um doente com Fibrose Pulmonar Idiopática é de três a cinco anos. Uma doença rara que afeta sobretudo pessoas com mais de 60 anos, de difícil diagnóstico mas necessário para que o tratamento possa ter maior sucesso.

Fibrose Pulmonar Idiopática tem uma sobrevivência média de três a cinco anos
Fibrose Pulmonar Idiopática tem uma sobrevivência média de três a cinco anos. Foto: TVEuropa

A Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI) é uma doença rara, que apresenta uma sobrevivência mediana de três a cinco anos, mas que se caracteriza por sintomas muitas vezes desvalorizados e atribuídos a outras causas, mesmo quando persistentes. “Um dos principais sintomas da FPI é a dispneia de esforço, ou seja, o cansaço”, explicou António Morais, médico pneumologista.

A doença que é característica do idoso, “muito mais frequente a partir dos 60 anos”, pelo que normalmente o idoso atribui o sinal de cansaço “a uma perda de performance que é natural ocorrer com a idade”.

Sintomas da Fibrose Pulmonar Idiopática

A FPI é uma doença crónica, que afeta cerca de 110 mil pessoas na Europa, com sintomas como tosse, dispneia progressiva (cansaço), perda de peso, debilidade, que progressivamente se vão tornando mais graves, impedindo até as tarefas mais simples. Trata-se de uma doença em que os pulmões apresentam cicatrizes extensas e espessamento intersticial.

É uma doença crónica, que afeta cerca de 110 mil pessoas na Europa, com sintomas como tosse, dispneia progressiva (cansaço), perda de peso, debilidade, que progressivamente se vão tornando mais graves, impedindo até as tarefas mais simples.

Na Europa, surgem cerca de 4,6 novos casos por cada 100.000 habitantes, mas diagnosticar a Fibrose Pulmonar Idiopática é um desafio. Um desafio para os doentes, que não costumam associar os principais sintomas à doença, uma vez que são semelhantes aos de muitos outros, e é também um desafio para os médicos, dada a ausência de sintomas específicos.

Diagnóstico e Tratamento

Para o médico pneumologista trata-se de um problema global que é preciso resolver, pois “vale a pena investir num diagnóstico precoce”, dado que “há terapêuticas capazes de atrasar a evolução da doença. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais lenta será a progressão da FPI e maior qualidade de vida vão ter os doentes”.

Quando o cansaço se torna mais frequente o paciente passa a ter receio que alguma condição de saúde mais grave esteja a ocorrer, e leva-o a uma consulta médica. “A FPI é uma doença rara e, por isso, não é, nem tem de ser, a primeira doença em que o médico pensa”, referiu o pneumologista, e acrescentou que considera importante “sensibilizar os colegas, sobretudo os dos cuidados de saúde primários, que são aqueles aos quais o doente recorre primeiro, para não pararem de procurar quando não encontram razão que justifique os sintomas. O médico pode e deve pensar na FPI se o doente é idoso, se tem dispneia de esforço lentamente progressiva e/ou crepitações inspiratórias nas regiões inferiores do tórax, com som semelhante ao do velcro.”

A Fibrose Pulmonar Idiopática não tem cura, mas tem tratamento, e há esperança de que o arsenal terapêutico possa vir a crescer, uma vez que, “há um grande interesse da indústria farmacêutica por esta doença e vários ensaios clínicos a decorrer”.

Dia Mundial das Doenças Raras assinala-se, este ano, a 28 de fevereiro.