Fome extrema em Gaza tem responsáveis – uma falha da própria humanidade

Fome extrema em Gaza tem responsáveis - uma falha da própria humanidade
IFome extrema em Gaza tem responsáveis - uma falha da própria humanidade. Foto: © OMS

A Faixa de Gaza, para além de ser Terra de morte pelos bombardeamentos e outras ações militares, agora está oficialmente classificada pelas Nações Unidas como Terra de fome. Em Gaza mais de meio milhão de pessoas sofrem de inanição (estado de fraqueza extrema provocado por falta de alimentos), miséria e morte evitável.

O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, referiu a classificação do estado de fome em Gaza dada pela Classificação Integrada da Segurança Alimentar (IPC) era conhecida, e “é um desastre causado pelo homem, uma acusação moral – e uma falha da própria humanidade.”

Mas, António Guterres reforça também que “a fome não tem a ver com comida; é o colapso deliberado dos sistemas necessários à sobrevivência humana.”

O IPC estima que as condições de fome devem espalhar-se da província de Gaza para as províncias de Deir Al Balah e Khan Younis nas próximas semanas. A Norte da Faixa de Gaza a situação poderá já ser pior do que a verificada e agora classificada pelo IPC em relação à cidade de Gaza. “A fome é agora uma realidade sombria para as crianças”, disse a Diretora Executiva da UNICEF, Catherine Russell.

A fome em Gaza poderia ser evitada, referiu o coordenador de Ajuda de Emergência da ONU, Tom Fletcher, que lembrou que os alimentos para os palestinianos em Gaza “estão a ser acumulados na fronteira por causa de Israel que proíbe a entrada dos carregamentos.”

Ora, para António Guterres, Israel (potência ocupante), tem obrigações inequívocas perante o direito internacional, incluindo o dever de garantir alimentos e suprimentos médicos para a população.

As agências da ONU têm destacado coletivamente e consistentemente a extrema urgência de entregar ajuda humanitária imediata e em grande escala, dado o crescente número de mortes por fome, os níveis cada vez piores de desnutrição aguda, com centenas de milhares de pessoas a passar dias sem comer.