Hong Kong como centro de negócios internacionais pode deixar de ser atrativo

Josep Borrell sobre Lei de Salvaguarda da Segurança Nacional de Hong Kong
Josep Borrell sobre Lei de Salvaguarda da Segurança Nacional de Hong Kong. Foto: © UE

O Conselho Legislativo da Região Administrativa Especial de Hong Kong adotou a “Lei de Salvaguarda da Segurança Nacional” em 19 de março. A União Europeia está preocupada com o potencial impacto desta legislação nos direitos e liberdades do povo de Hong Kong.

A “Lei de Salvaguarda da Segurança Nacional” poderá exacerbar a erosão das liberdades fundamentais e do pluralismo político em Hong Kong provocada, em particular, pela Lei de Segurança Nacional adotada em 30 de junho de 2020. Além disso, a lei tem o potencial de afetar significativamente o trabalho dos o Gabinete da União Europeia, os Consulados Gerais dos Estados-Membros da União Europeia, e poderá impactar os cidadãos, organizações e empresas da União Europeia em Hong Kong. Isto também levanta questões sobre a atratividade a longo prazo de Hong Kong como centro de negócios internacionais”, declarou Josep Borrell, Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

“As disposições abrangentes e as definições amplas do projeto de Lei, especificamente em relação à interferência estrangeira e aos segredos de Estado, surgem como preocupações particulares. O aumento significativo das penas previstas no projeto de lei, o seu alcance extraterritorial e a sua aplicabilidade retroativa – pelo menos parcial – são também profundamente preocupantes” acrescentou o Alto Representante.

“A União Europeia continuará a avaliar as implicações da legislação de segurança nacional de Hong Kong e insta as autoridades de Hong Kong a protegerem a capacidade do povo de Hong Kong de exercer os seus direitos e liberdades. A União Europeia apela ainda às autoridades de Hong Kong e da China para que reforcem a confiança no elevado grau de autonomia da Região Administrativa Especial ao abrigo do princípio “um país, dois sistemas”, em conformidade com a Lei Básica e com os compromissos internacionais a que estão vinculadas”, concluiu Josep Borrell.