Há nove semanas que as autoridades israelitas bloqueiam a entrada de qualquer alimento ou outro qualquer bem em Gaza, por mais vitais que sejam para a sobrevivência das pessoas que se encontram cercada no território. O cenário na Faixa de Gaza é extremo como descreve a Equipa Humanitária do Território Palestiniano Ocupado, “as padarias fecharam. As cozinhas comunitárias foram encerradas. Os armazéns estão vazios. As crianças estão a passar fome.”
A Equipa Humanitária refere que as autoridades israelitas encerraram o sistema de distribuição de ajuda gerido pelas Nações Unidas e pelos parceiros humanitários e “fizeram-nos concordar em entregar mantimentos através dos centros israelitas sob condições estabelecidas pelos militares israelitas, assim que o governo concordasse em reabrir as travessias.”
Para a Equipa, o plano que lhes foi apresentado leva a que “grandes áreas de Gaza, incluindo as pessoas com menor mobilidade e mais vulneráveis, continuarão sem mantimentos.” Ora, o plano, refere a Equipa Humanitária, contraria princípios humanitários fundamentais e parece ter sido criado para reforçar o controlo sobre bens vitais como tática de pressão – como parte de uma estratégia militar.”
Trata-se de um plano “perigoso, pois leva civis para zonas militarizadas para recolher rações, ameaçando vidas, incluindo as de trabalhadores humanitários, ao mesmo tempo que reforça a deslocação forçada.”
O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas e o Coordenador de Assistência de Emergência foram claros ao afirmarem que “não participaremos em nenhum esquema que não esteja de acordo com os princípios humanitários globais de humanidade, imparcialidade, independência e neutralidade. No Território Palestiniano Ocupado, os responsáveis de todas as entidades da ONU e organizações não-governamentais sob a Equipa Humanitária do País afirmaram unanimemente esta posição. A ação humanitária responde às necessidades das pessoas, onde quer que estas se encontrem.”
As agências Humanitárias das Nações Unidas e parceiros humanitários afirmam: “As nossas equipas permanecem em Gaza, prontas para voltar a alargar a entrega de mantimentos e serviços essenciais: alimentos, água, saúde, nutrição, proteção e muito mais. Temos stocks significativos prontos para entrar assim que o bloqueio for levantado”, e concluem: “Apelamos aos líderes mundiais para que usem a sua influência para que tal aconteça. A hora é agora.”
