Muitos dos tradicionais órgãos de comunicação social lutam com falta de recursos financeiros bem como contra a crescente repressão política e o aumento da violência contra os jornalistas. Uma situação que está a contribuir para uma crise profunda no setor dos meios de comunicação social, declarou Kaja Kallas, Alta Representante da União Europeia (UE), por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Kaja Kallas afirmou que “à medida que os meios de comunicação social de interesse público lutam pela sobrevivência, os regimes autoritários e os autores de desinformação avançam rapidamente para colmatar o vazio, distorcendo factos e manipulando a opinião pública.”
“Estamos cada vez mais preocupados com as crescentes ameaças a jornalistas e a outros profissionais da comunicação social, incluindo intimidações e ataques em linha e fora de linha, detenções arbitrárias, perseguição judicial e repressão transnacional, todas elas com o fim de silenciar o seu trabalho. As tecnologias emergentes, incluindo a inteligência artificial, podem intensificar estes riscos ao permitirem uma vigilância generalizada e um assédio específico”, alertou a Alta Representante da UE.
Kaja Kallas alertou para os esforços que está a fazer “a UNESCO para proteger os jornalistas a nível mundial, prestando especial atenção às mulheres jornalistas que enfrentam riscos acrescidos e específicos em termos de género”, e indicou que “os dados e os esforços de acompanhamento da UNESCO desempenham um papel essencial na elaboração de respostas políticas eficazes para combater a impunidade generalizada dos crimes contra jornalistas.”
Na declaração Kaja Kallas referiu que “em todo o mundo, os meios de comunicação social livres e independentes precisam de apoio urgente e decisivo. Sem a sua sobrevivência, a democracia vacila, juntamente com a segurança e a liberdade dos cidadãos.”
“Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a União Europeia reafirma o seu compromisso firme de defender o jornalismo livre e independente face a ameaças sem precedentes. Sem liberdade de imprensa, o nosso direito à informação, a liberdade de pensar de forma crítica e a capacidade de responsabilizar os que detêm o poder ficam comprometidos. É essencial ter um setor de meios de comunicação social dinâmico, independente e pluralista para a resiliência e a sobrevivência da democracia. Temos de agir agora para garantir o seu futuro”, concluiu a Alta Representante da UE.
