Oito investigadores portugueses ganham 11,5 M€ em bolsas do Horizonte 2020

Joana Freitas, Cláudia Nunes dos Santos, Claudia Bank, Rogério Pirraço, Jorge Almeida, Ana Banito, Sandra Sequeira, Maria Filipa Sousa, são os oito jovens investigadores que ganham bolsas ERC, num total de mais de 11,5 milhões de euros.

Trabalho de Laboratório de investigação
Trabalho de Laboratório de investigação. Foto: DR

O Conselho Europeu de Investigação (ERC, sigla do inglês) atribuiu Bolsas Júnior (Starting Grants) a 403 jovens investigadores em início de carreira, destes oito são portugueses, em que cinco estão radicados em instituições portuguesas e três no estrangeiro. As bolsas vão permitir aos jovens portugueses uma “aventura” em ciência para dar resposta a questões como: Qual a ligação entre a Terra e a Vida? Qual a história ambiental das dunas costeiras? Que alimentos podem prevenir a demência?

O montante total das bolsas é de 603 milhões de euros (M€), uma subvenção que faz parte do pilar “Ciência de Excelência” do atual Programa de Investigação e Inovação da UE, o Horizonte 2020. Cada um dos bolseiros pode receber até 1,5 M€ para criar a sua própria equipa de investigação e concretizar o projetos proposto.

Os jovens investigadores portugueses e projetos aprovados a ERC Starting Grants são os seguintes:

Joana Freitas, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com projeto DUNES – Uma história ambiental das dunas costeiras;
Cláudia Nunes dos Santos, Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia, com projeto LIMBo – Apurar a relação entre regime alimentar e saúde cerebral: como os metabolitos fenólicos influenciam a inflamação cerebral;
Claudia Bank, Fundação Calouste Gulbenkian, com projeto FIT2GO – Um instrumento para modelos de exercício em evolução;
Rogério Pirraço, Universidade do Minho, com projeto CapBed – Uma rede capilar artificial para uma boa pré-vascularização de enxertos resultantes de engenharia de tecidos;
Jorge Almeida, Universidade de Coimbra, com projeto ContentMAP – Mapeamento por conteúdos: a organização topográfica do conhecimento de objetos no cérebro;
Ana Banito, Deutsches Krebsforschungszentrum, na Alemanha, com projeto PedSarc – Localizar mecanismos genéticos e epigenéticos em sarcomas pediátricos;
Sandra Sequeira, London School of Economics and Political Science, no Reino Unido, com projeto REFUGEDEV – Refugiados, pobreza e crescimento económico;
Maria Filipa Sousa, Universitat Wien, na Áustria, com projeto EvolPhysiol – Evolução da Fisiologia: a relação entre a Terra e a Vida.

Carlos Moedas, Comissário europeu responsável pela Investigação, Ciência e Inovação, referiu que as bolsas ERC apoiam os investigadores europeus numa fase inicial, mas também contribuem “para enriquecer o espaço europeu da investigação, atraindo e fidelizando cientistas estrangeiros na Europa. Mais de um em cada dez beneficiários vem de fora da UE ou dos países associados” e é “com muito agrado que vejo que dos oito investigadores portugueses selecionados.”

O Comissário lembrou que três dos investigadores que agora ganharam a bolsa ERC “desenvolvem o seu trabalho em Instituições sediadas noutros países europeus, o que comprova a excelência dos nossos investigadores”, e “que seis são mulheres, o que significa que cada vez mais mulheres acedem à investigação e que Portugal ficou, em termos de participação das mulheres, bastante acima da média geral registada nesta ronda de Bolsas Júnior do ERC.”

O Presidente do ERC, Jean-Pierre Bourguignon, esclareceu que houve uma grande procura a Bolsas Júnior de 2018, com 3.170 pedidos, e que foi “possível conceder mais de 400 Bolsas Júnior nesta ronda”, e que constatou que “pelo segundo ano consecutivo, cerca de 40 % são mulheres.”

As Bolsas Júnior vão ajudar os jovens cientistas a criar as suas próprias equipas de investigação, levando também à criação de postos de trabalho, já que podem vir a empregar cerca de 1.500 estudantes em fase de pós-doutoramento, doutoramento e outro pessoal de apoio.