Quando, passados 30 anos se assinala o massacre em Srebrenica, o Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, sigla em inglês), Philippe Lazzarini, lembra, em mensagem colocada na rede social X, que 800 pessoas famintas foram mortas – baleadas enquanto tentavam obter alguma pouca comida em Gaza.
Philippe Lazzarini lembra que “durante o cessar-fogo” que ocorreu no início de 2025 em Gaza, “a ONU forneceu assistência digna e em larga escala”, e “a tendência de agravamento da fome foi revertida”. Mas “hoje, há – na melhor das hipóteses – quatro pontos de distribuição muito distantes, em comparação com os 400 quando a ONU estava no comando” da ajuda humanitária.
Durante o cessar-fogo “500 a 600 caminhões de suprimentos entraram em Gaza com alimentos, combustível, medicamentos e kits de higiene”, mas “agora, muito pouca comida seca é enviada, pois a desnutrição espalha-se entre as crianças.”
O Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas refere que “os suprimentos vitais estão a expirar em pelo menos 6.000 caminhões da UNRWA carregados de alimentos, remédios e outros itens básicos, aguardando, nos últimos quatro meses, sinal verde para entrar em Gaza.”
E sobre “alegações de que ajuda foi desviada para o Hamas”, essas “não foram levantadas em reuniões oficiais, nunca foram provadas e nunca foram substanciadas” escreve Philippe Lazzarini.
O Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas conclui que “um sistema funcional foi substituído por um esquema mortal para forçar a deslocação de pessoas e aprofundar a punição coletiva dos palestinianos em Gaza”.
Num apelo o Comissário-Geral pede para que se “tome medidas para acabar com as atrocidades e pôr fim ao ciclo de impunidade. Permitir que a ONU, incluindo UNRWA a fazer o seu trabalho em Gaza”, e sobretudo “cheguem a um cessar-fogo agora. Levantem o cerco + libertem os reféns.” E passados “30 anos, reiteramos “nunca mais” em Srebrenica. Não vamos falhar mais uma vez.”














