OMS apela a Israel para reverter ordem de evacuação de Gaza

Evacuação da população do norte de Gaza seria um grande desastre. A Organização Mundial da Saúde faz apelo a Israel para reverter a ordem para proteger a saúde e reduzir o sofrimento das populações. A OMS não consegue levar ajuda médica a Gaza.

Evacuação da população do norte de Gaza seria um grande desastre. A Organização Mundial da Saúde faz apelo a Israel para reverter a ordem para proteger a saúde e reduzir o sofrimento das populações. A OMS não consegue levar ajuda médica a Gaza.
Evacuação da população do norte de Gaza seria um grande desastre. A Organização Mundial da Saúde faz apelo a Israel para reverter a ordem para proteger a saúde e reduzir o sofrimento das populações. A OMS não consegue levar ajuda médica a Gaza.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) junta-se às Nações Unidas no apelo a Israel para que rescinda imediatamente as ordens de evacuação de mais de 1 milhão de pessoas que vivem no norte de Gaza. Uma evacuação em massa seria desastrosa para pacientes, profissionais de saúde e outros civis deixados para trás ou apanhados no movimento de massas.

Com os ataques aéreos em curso e as fronteiras fechadas, os civis não têm para onde ir, refere a OMS, e alerta que quase metade da população de Gaza tem menos de 18 anos de idade. Com a diminuição da oferta de alimentos seguros, água potável e serviços de saúde, e sem abrigo adequado, crianças e adultos, incluindo os idosos correrão um risco acrescido de doenças.

Deslocação de doentes é impossível em Gaza

A OMS refere que foi informada pelo Ministério da Saúde palestiniano que é impossível evacuar pacientes hospitalares vulneráveis ​​sem pôr as suas vidas em perigo. Pacientes vulneráveis ​​incluem aqueles gravemente feridos ou dependentes de suporte vital. Movimentá-los no meio das hostilidades coloca as suas vidas em risco imediato.

Os dois hospitais do Ministério da Saúde no Norte de Gaza que continuam a funcionar excederam largamente a sua capacidade combinada de 760 camas, com grave sobrelotação, indica a OMS. Dos milhares de pacientes com lesões e outras condições que recebem cuidados em hospitais, há centenas que estão gravemente feridos e mais de 100 que necessitam de cuidados intensivos. Estes são os mais doentes dos doentes. Muitos milhares de outros, também com feridas ou outras necessidades de saúde, não têm acesso a qualquer tipo de cuidados, acrescenta a OMS.

É ainda indicado que o prazo apertado, a logística de transporte complexa, as estradas danificadas e, acima de tudo, a falta de cuidados de apoio durante o transporte, contribuem para a dificuldade de os deslocar.

Todos os hospitais de Gaza já sem condições para tratar doentes

Além disso, os quatro hospitais do Ministério da Saúde no sul de Gaza já atingiram ou ultrapassaram a capacidade e carecem da capacidade de cuidados intensivos e dos materiais necessários para tratar mais pacientes, esclarece a OMS.

É também indicado pela OMS que a falta de material médico já está a pôr em perigo os pacientes e a prejudicar os profissionais de saúde, e que os suprimentos que a OMS tinha pré-posicionado em Gaza foram na sua maioria consumidos.

OMS impedida de levar ajuda médica a Gaza

Em comunicado a OMS refere que o Director-Geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reuniu com o Presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, que concordou com um pedido da OMS para facilitar a entrega de produtos de saúde e outros produtos humanitários da OMS para Gaza através da passagem de Rafah.

Entretanto a OMS preparou suprimentos médicos no seu centro logístico em Dubai e está pronta para entregá-los em Areesh, no Egito – a apenas 20 minutos de Rafah – assim que a autorização de desembarque for recebida. Os suprimentos seriam suficientes para cuidar de mais de 300 mil pacientes com diversas feridas e doenças.

Dada a impossibilidade de fazer chegar a ajuda a OMS pede o estabelecimento imediato de um corredor humanitário para a sua entrega segura e contínua às instalações de cuidados de saúde em Gaza, incluindo via Rafah.

Apelo da OMS

A OMS reitera o apelo ao acesso humanitário a suprimentos vitais e à entrega de combustível, água e alimentos; pela proteção ao abrigo do direito humanitário internacional para civis, profissionais de saúde e infraestruturas de saúde; e, em última análise, pelo fim das hostilidades e da violência.