OMS: Na luta contra a SIDA está o lenacapavir mas há falta de investimentos

OMS: Na luta contra a SIDA está o lenacapavir mas há falta de investimentos
OMS: Na luta contra a SIDA está o lenacapavir mas há falta de investimentos

No Dia Mundial da Luta contra a SIDA, 1 de dezembro de 2025, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um apelo aos governos e parceiros para que expandam rapidamente o acesso a novas recursos já aprovadas pela OMS, incluindo o lenacapavir (LEN), para reduzir as infeções e combater a interrupção dos serviços essenciais de saúde causada pelos cortes na ajuda externa.

Com a aprovação pela OMS do lenacapavir injetável, a ser administrado duas vezes no ano, para a prevenção do VIH, o combate ao VIH ganhou um reforço. Para a OMS, o lenacapavir é uma alternativa altamente eficaz e de longa duração aos comprimidos orais e a outras opções e representa uma intervenção transformadora para pessoas que enfrentam dificuldades com a adesão regular ao tratamento e o estigma no acesso aos cuidados de saúde.

“Enfrentamos desafios significativos, com cortes no financiamento internacional e a estagnação dos esforços de prevenção”, disse, citado em comunicado, Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS. “Ao mesmo tempo, temos oportunidades significativas, com novas e promissoras ferramentas com potencial para mudar a trajetória da epidemia de VIH. Ampliar o acesso a essas ferramentas para pessoas em risco de VIH em todo o mundo deve ser a prioridade número um para todos os governos e parceiros.”

Após décadas de progresso na luta contra o VIH, agora verifica-se com dados de 2024 estar-se numa encruzilhada:

Os esforços de prevenção do VIH estagnaram, com 1,3 milhão de novas infeções, afetando desproporcionalmente as populações-chave e vulneráveis;

Dados da UNAIDS revelam que quase metade (49%) das novas infeções por VIH ocorreram entre populações-chave – incluindo profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, mulheres transgénero e pessoas que injetam drogas e respetivos parceiros sexuais;

Os profissionais do sexo e mulheres transgénero enfrentam um risco 17 vezes maior de contrair VIH, homens que fazem sexo com homens enfrentam um risco 18 vezes maior, e pessoas que injetam drogas o risco é 34 vezes maior;

Os fatores subjacentes incluem estigma, discriminação e barreiras legais, sociais e estruturais que esses grupos enfrentam para aceder a tratamento do VIH;

Globalmente, é estimado que 40,8 milhões de pessoas viviam em 2024 com VIH e 630 mil morreram por causas relacionadas ao VIH.