Paulo Jorge Ferreira eleito reitor da Universidade de Aveiro

Paulo Jorge Ferreira ganha eleição para reitor da Universidade de Aveiro. Como reitor pretende afirmar a Universidade como marca no ensino, criar Conselho de Centros de Investigação, reforçar a ação social e intervir na Praça Central do campus.

Paulo Jorge Ferreira, eleito reitor da Universidade de Aveiro
Paulo Jorge Ferreira, eleito reitor da Universidade de Aveiro. Foto: DR

Paulo Jorge Ferreira foi eleito hoje reitor da Universidade de Aveiro (UA) com 14 votos, contra 4 votos alcançados pelo candidato José Fernando Mendes. Votam na eleição do reitor os 19 membros do Conselho Geral da UA, neste caso verificou-se um voto nulo.

O reitor eleito referiu, citado pela Universidade, que ao “entusiasmo pelo projeto UA”, à “grande gratidão perante uma comunidade que acreditou, que foi fonte de inspiração e força”, e à “responsabilidade, acrescida pela dificuldade da tarefa”, junta a “confiança” ao seu estado de alma. “Não é confiança em mim, mas sim na comunidade. Sinto que há muita gente pronta a ajudar e tudo farei para estar à altura das expectativas”.

Paulo Jorge Ferreira é Doutorado em Engenharia Eletrotécnica, professor catedrático no Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática da UA, departamento do qual foi diretor entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2018.

O programa apresentado pelo reitor eleito assenta em sete grandes pilares: valorização dos membros da comunidade académica; aposta na interdisciplinaridade; interligação e capacitação da investigação; aprofundamento da relação entre a UA e a região; reforço na ação social; aposta no desporto e valorização do património da UA.

“É em torno das pessoas que gira toda a atividade das universidades, é nas pessoas que reside o conhecimento e é às pessoas (estudantes, bolseiros, investigadores, funcionários docentes e pessoal técnico, administrativo e de gestão) que a UA deve a sua existência e sucesso”, indicou Paulo Jorge Ferreira no programa de ação.

Marca UA assente no ensino e investigação

O professor indicou que “a ideia da UA como um espaço humano, com voz e presença, vivo e ouvido”, irá guiar a atuação no mandato, “e é uma componente estruturante” do programa de ação. Mas é no ensino que pretende afirmar a marca UA.

Uma marca interdisciplinar através do desenvolvimento do conceito de unidade curricular partilhada e multidisciplinar, desta forma “seriam comuns a mais de um curso e os seus docentes e estudantes poderiam ter origem também em mais de uma unidade de ensino”.

Outra das prioridades de Paulo Jorge Ferreira, para a área do Ensino, é a criação de mecanismos para as empresas e organizações sugerirem temas a trabalhar em sede de projeto ou tese e alargar a rede de estágios, para todos os níveis de ensino, indicou a UA.

Na Investigação, Paulo Jorge Ferreira considera que “é indispensável que haja sedes de pensamento estratégico que permitam às unidades de investigação a partilha de experiências, a troca de informações e a melhoria de práticas”.

O novo reitor propõe criar um Conselho de Centros de Investigação, “que constitua um espaço de reflexão estratégica e funcional para as Unidades de Investigação e Desenvolvimento da UA”, e “facultar aos estudantes o contacto desde o primeiro ciclo de ensino com a investigação e a criação do Serviço de Apoio a Projetos.”

“Uma Universidade não pode ser regional, na medida em que o conhecimento, a investigação e o ensino não têm fronteiras, assim como quem investiga, ensina ou aprende não pode estar confinado a limites geográficos”, referiu Paulo Jorge Ferreira, e por isso, a UA deve “crescer com a região olhando o mundo.”

No programa do reitor eleito constam medidas, como “a formação e dinamização do Conselho para a Cooperação, o reforço da ligação da UA com o tecido económico da região – através do aumento da formação de técnicos qualificados e de programas de aprendizagem ao longo da vida – e o incremento de projetos de investigação com empresas.”

Reforço da ação social

“Tendo em conta que a sociedade portuguesa é ainda desigual e a crise económica agravou a situação e que parte das situações de abandono escolar são motivadas por problemas de natureza económica”, o Reitor eleito sublinhou que pretende, entre outras medidas, ver reforçada a ação social da UA.

Para combater o abandono escolar e aumentar a capacidade de resposta dos Serviços de Ação Social da Academia de Aveiro, Paulo Jorge Ferreira quer “ajustar o Modelo Social Interno da UA para um crescimento anual mínimo de 6%, no quadriénio 2018 – 2022.

Para além de pretender “intensificar o apoio aos estudantes com necessidades especiais”, o reitor eleito, pretende fazer do alojamento prioridade estratégica na UA, “ampliando o complexo de residências do Crasto, dando atenção à situação das residências em Águeda, onde a UA tem a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, estudando e avaliando a situação relativa ao alojamento da Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologias da Produção Aveiro Norte, em Oliveira de Azeméis”.

Desporto e intervenção na Praça Central

No desporto, uma área que tem impacto “na saúde, no bem-estar, na dinamização da vida no Campus, na imagem e na atratividade da UA”, Paulo Jorge Ferreira quer não só incluir nos Serviços de Ação Social uma divisão para o desporto e cultura como também chamar para a própria Reitoria a liderança institucional da pasta.

De entre os objetos consta a expansão do complexo desportivo em torno do Pavilhão Prof. Doutor Aristides Hall com a construção de uma nave, e estabelecer a UA como polo de desenvolvimento do desporto adaptado, propondo e celebrando protocolos com Associações Desportivas e Centros já existentes no distrito, e estudar a construção de circuitos de manutenção nos campi de Santiago e Crasto.

Por fim, uma atenção especial para o espaço físico da UA: “a frequência desses espaços deve proporcionar aos estudantes uma experiência rica, feita de atividades curriculares e extracurriculares e conduzindo ao enriquecimento intelectual, cultural e à formação para a cidadania”.

Outros dos projetos envolve a intervenção na Praça Central “para aumentar a interação social”, concedendo espaços à Associação Académica e aos estudantes, de forma a os trazer para o coração do campus, e instalar a Associação de Antigos Alunos da UA na Praça Central.