Portugal quer japoneses no concurso do terminal do porto de Sines

Augusto Santos Silva transmitiu a Toshimitsu Motegi, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, que Portugal gostaria de ter empresas japonesas no concurso do terminal do porto de Sines. Portugal apoia candidatura de juiz japonês ao Tribunal Internacional de Justiça.

Portugal quer japoneses no concurso do terminal do porto de Sines
Portugal quer japoneses no concurso do terminal do porto de Sines. Foto: TVEuropa

Há 18 anos que um Ministro dos Negócios Estrangeiros japonês não vinha oficialmente a Portugal. Agora foi a vez de Toshimitsu Motegi ser recebido pelo homólogo português, Augusto Santos Silva, no Palácio das Necessidades, em Lisboa.

No final do encontro os Ministros, em conferência de imprensa, lembraram que este ano celebram-se os 160 anos do tratado que estabeleceu as relações diplomáticas entre os dois países, e que ao longo destes anos as relações diplomáticas têm-se consolidado assim como as relações culturais, políticas e económicas.

Importância do investimento japonês em Portugal

Augusto Santos Silva referiu: “O japão é atualmente um dos maiores investidores estrangeiros em Portugal. Nós temos muito e importante investimento japonês no setor automóvel, no setor agroalimentar, no setor da energia”.

Um investimento japonês que “em Portugal tem contribuído muitíssimo para o crescimento da nossa economia e do nosso emprego” referiu Augusto Santos Silva, e acrescentou: “permiti-me aproveitar esta reunião para transmitir ao senhor Ministro o pedido de divulgar junto das empresas japonesas ligadas ao setor portuário do interesse de Portugal em ver empresas japonesas e consórcios internacionais em que as empresas japonesas estão presentes a concorrerem ao concurso que está em curso para o segundo terminal do porto de Sines”.

Apoio de Portugal à candidatura de japonês ao Tribunal Internacional de Justiça

“Comuniquei ao senhor Ministro japonês que Portugal retificará, nesta sessão legislativa do Parlamento, o acordo de parceria estratégia entre a União Europeia e o Japão. E que Portugal decidiu, também, apoiar o juiz japonês candidato ao Tribunal Internacional de Justiça”, referiu Augusto Santos Silva.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português referiu também que no encontro com o homólogo japonês foram abordados “pontos muito importantes da agenda internacional como a próxima presidência portuguesa da União Europeia, as negociações com o Reino Unido, a China, a Coreia do Norte e a cooperação com África” e “em todos estes domínios foi evidente a coincidência dos pontos de vista e a necessidade de aprofundarmos as nossas consultas politicas e a nossa cooperação bilateral”.

Setor marítimo une os dois países

O Ministro Japonês, Toshimitsu Motegi, na conferência de imprensa, começou por referir que Portugal é o primeiro país ocidental que o Japão conheceu no século XVI e por isso mesmo é um país muito especial para os japoneses e que ambos os países. Ambos os paises têm a caraterística comum a de estarem ligados ao comércio marítimo e darem, por isso, uma grande importância à ordem do espaço marítimo, à liberdade, à democracia, aos direitos humanos, ao respeito pela lei. No domínio marítimo Toshimitsu Motegi indicou que o Japão pretende maior cooperação com Portugal.

O Ministro japonês lembrou que em fevereiro do ano passado entrou em vigor o acordo de parceria económica entre a União Europeia e o Japão e que agora os produtos portugueses tornaram-se mais próximos dos consumidores japoneses.

Toshimitsu Motegi esclareceu que no encontro com o MNE português houve a oportunidade de falar sobre vários temas como o sequestro dos cidadãos japoneses pela Coreia do Norte, a situação geopolítica do mar do sul da China e outros temas internacionais, e lembrou que Portugal vai presidir ao Conselho da União Europeia no primeiro semestre de 2021 o que torna extremamente importante a cooperação com Portugal no contexto europeu.

O MNE japonês concluiu que neste mundo pós-covid, cada vez mais incerto, é ainda mais vital a união entre os países que partilham os mesmos valores, e por isso “temos grandes expetativas em relação à presidência portuguesa no próximo ano”.