Prémio Nobel da Literatura 2017 atribuído a Kazuo Ishiguro

Kazuo Ishiguro foi reconhecido com o Prémio Nobel da Literatura de 2017. O escritor inglês de origem japonesa, é descrito como escrevendo romances de grande força emocional, que “descobriu o abismo sob o nosso ilusório senso de conexão com o mundo".

Kazuo Ishiguro
Kazuo Ishiguro. Ill: N. Elmehed. © Nobel Media 2017.

Kazuo Ishiguro, escritor inglês, nascido em Nagasaki, no Japão, em 8 de novembro de 1954, é reconhecido este ano, 2017, com o Prémio Nobel da Literatura. O autor tem sido desde a sua primeira obra ‘A Pale View of Hills’, de 1982, “um escritor de grande integridade.”

No Reino Unido, desde os cinco anos, para onde foi com a família, Kazuo Ishiguro formou-se nos finais da década de 1970 em Inglês e Filosofia pela Universidade de Kent e mais tarde estudou Escrita Criativa na Universidade de East Anglia.

No primeiro e no segundo livro, ‘Artista do Mundo Flutuante’, de 1986, os romances ocorrem em Nagasaki poucos anos depois da Segunda Guerra Mundial. O Comité Nobel lembra que “os temas com os quais Ishiguro está mais associado já estão presentes: memória, tempo e auto ilusão, o que é particularmente notável no ‘The Remains of the Day’ de 1989, que foi transformado em filme, onde Anthony Hopkins atua interpretando o papel de um mordomo obcecado pelo dever.

A escrita de Kazuo Ishiguro é marcada por um modo de expressão cuidadosamente restrita, independentemente de qualquer evento que ocorra. Ao mesmo tempo, a sua ficção mais recente contém características fantásticas.

O Escritor introduziu em 2005 uma fresca corrente de ficção científica com a obra ‘Never Let Me Go’ mas neste livro, como em vários outros, também se encontram influências musicais.

Um trabalho considerando impressionante é a coleção de histórias curtas intituladas Nocturnes: Five Stories of Music e Nightfall, de 2009, onde a música desempenha um papel fundamental na representação dos relacionamentos dos personagens.

No último romance, ‘The Buried Gigiant’ de 2015, um casal idoso faz uma viagem por uma típica paisagem inglesa, na esperança de se reunir com seu filho adulto, que eles não viam há anos. Este romance explora, de forma emocionante, como a memória se relaciona com o esquecimento, a história com o presente e a fantasia com a realidade.

Para além dos oito livros escritos, Kazuo Ishiguro também escreveu guiões para filmes e para televisão, como ‘A Profile of Arthur J. Mason’, dirigido por Michael Whyte, de 1984, ‘The Gourmet’, também realizado por Michael Whyte, em 1986, e como sétimo trabalho em 2010, ‘Never Let Me Go’, realizado por Mark Romanek.

Para além das obras em inglês, Kazuo Ishiguro tem obras em francês, espanhol, sueco e em alemão.