Prestadores privados de cuidados de saúde querem ser ouvidos sobre reforma do SNS

Nova organização dos cuidados de saúde já anunciada está a preocupar a Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde que já pediu audiências ao Ministério da Saúde e à Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde.

Prestadores privados de cuidados de saúde querem ser ouvidos sobre reforma do SNS
Prestadores privados de cuidados de saúde querem ser ouvidos sobre reforma do SNS. Foto: DR

Em comunicado a Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde (FNS) refere estar “indignada com a nova organização dos cuidados de saúde”, que foi anunciada pelo governo. Uma organização que indica a FNS não teve qualquer contributo ou consulta prévia das entidades privadas que representam o setor.

“É com grande surpresa e preocupação que assistimos ao anúncio, através da comunicação social, sobre uma nova organização dos cuidados de saúde que se intitula como a grande reforma do SNS para 2024”, referiu António Neves, Secretário-Geral da FNS.

O responsável pela FNS acrescentou: “A FNS desconhece totalmente os termos em que se vai concretizar a aludida reforma do SNS, uma vez que não foi informada acerca dos seus termos, nem foi contactada para dar o seu eventual contributo”.

A FNS lembra que é a entidade que representa, através das associações suas filiadas, a generalidade do setor convencionado de meios complementares de diagnóstico e terapêutica em ambulatório (MCDT´s), representando mais de 4.000 postos de atendimento espalhados pelo país.

A rede do setor convencionado, refere a FNS, produz para o SNS mais de 300.000 atos por dia, mais de 100 milhões de atos por ano, dando resposta a cerca de 60.000 requisições médicas ao dia, ou seja, mais de 20 milhões de requisições por ano, o que representa mais de 90% da produção total do SNS, de MCDT´s em ambulatório.

“Como representantes do setor privado de saúde, registamos, com grande preocupação, a total inexistência de diálogo e partilha de qual é a estratégia do Governo e da DE-SNS nesta matéria. Em especial, quando se “anuncia” a extinção das 5 ARS´s existentes e a pulverização das suas competências e responsabilidades por 39 ULS´S”, concluiu António Neves.

A FNS indicou que já fez pedidos de audiência ao Ministério da Saúde e à Direção Executiva do SNS, mas que até ao momento, não obtive qualquer resposta.

Entretanto, a FNS e as suas Associações federadas, indicam estar atentas ao caráter profundo da anunciada reforma, e renovam a sua inteira e total disponibilidade para discutir uma transição serena e pacífica na reforma do SNS pretendida.

Da Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde (FNS) fazem parte associações federadas a Associação Nacional de Cardiologistas (ANACARD), a Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL), a Associação Nacional de Unidades de Diagnóstico por Imagem (ANAUDI), a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL) e a Associação Portuguesa de Medicina Física e Reabilitação (APMFR).