Programa Indústria 4.0 vai mobilizar na fase II investimentos de 600 milhões de euros

Fase II do Indústria 4.0 deve envolver 20 mil empresas, formar mais de 200 mil trabalhadores e financiar mais de 350 projetos, num investimento de 600 milhões de euros, durante dois anos.

Programa Indústria 4.0 vai mobilizar na fase II investimentos de 600 milhões de euros
Programa Indústria 4.0 vai mobilizar na fase II investimentos de 600 milhões de euros. Foto: © Rosa Pinto

A Fase II da iniciativa Indústria 4.0 (i4.0) é agora lançada pelo Governo para projetar a convergência com a União Europeia, definida na Estratégia Nacional para o Horizonte 2030, e para a isso o Ministério da Economia estima a mobilização de investimentos públicos e privados no valor de 600 milhões de euros nos próximos dois anos.

Esta nova fase que vem depois do Tech Visa ter sido alargado a empresas de todos os setores, e é destinada a dar resposta à 4.ª revolução industrial (a digital).

A elaboração da fase II envolveu o contributo de mais de 50 entidades e é caraterizada pelo Ministério da Economia como “como transformadora em relação à Fase I, que foi sobretudo demonstradora e mobilizadora”, e agora é pretendido “envolver nas várias iniciativas 20 mil empresas, formar mais de 200 mil trabalhadores e financiar mais de 350 projetos transformadores.”

Medidas da fase II do Programa Indústria 4.0

A fase II do Programa Indústria 4.0 é constituída por três eixos: Generalizar, Capacitar e Assimilar, que incluem 11 recomendações e diversas medidas aceleradoras.

As medidas incluem a partilha de conhecimento, experiências e benefícios como forma de estimular a transição massificada para a i4.0 através, designadamente, de uma ferramenta que permite às empresas fazer um autodiagnóstico sobre a sua maturidade digital (Shif 4.0).

Um Roteiro para o Conhecimento i4.0 é posto em marcha para promover o “diálogo entre a academia e empresas”, e é reforçado “o Programa Open Days i4.0 para apresentação e promoção de boas práticas.”

O Ministério da Economia indicou ainda que vai ser criada uma rede de academias i4.0 nas empresas, em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e o Ministério do Trabalho Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), para o desenvolvimento de planos de qualificação dos seus colaboradores (learning factories).

Estão também definidas medidas para a promoção, facilitação e financiamento do acesso das empresas à experimentação de métodos e tecnologias i4.0, bem como o suporte do seu ‘scale-up’ e transição digital, e vão ser “disponibilizadas soluções de crédito adequadas às necessidades.”

Apoios à inovação produtiva

No 3.º trimestre vão ser lançados novos apoios para a inovação produtiva e, entre outras medidas, serão criadas plataformas de colaboração tecnologia-indústria e promovida formação em cibersegurança, indicou o Ministério da Economia.

A Iniciativa Indústria 4.0 foi lançada em 2017 com seis eixos de atuação prioritária: capacitação dos recursos humanos, cooperação tecnológica, criação da startup I4.0, financiamento, apoio ao investimento, internacionalização e adaptação legal e normativa, envolvendo 64 medidas. Até agora já foram executadas 95% das medidas, “abrangendo mais de 24 mil empresas e 550 mil pessoas.”