A Europol anuncia que num conjunto de três ações foi interrompida uma cadeia de rede de droga desde os organizadores no Brasil até à logística do transporte marítimo e os destinatários que operam na Europa.
Na investigação, coordenada pela Europol, as autoridades do Brasil, Portugal, Espanha e vários outros países europeus trabalharam em conjunto para desmantelar um grupo criminoso organizado brasileiro responsável pelo transporte marítimo de toneladas de cocaína para a Europa. A Europol indica, em comunicado, que acredita que dois alvos brasileiros de alto valor coordenassem a operação com o apoio de associados baseados em toda a Europa.
De acordo com a Europol o grupo operava a partir da região sul da Bahia, no Brasil, onde obtinha embarcações, treinava tripulações e modificava barcos de pesca, para ocultar a droga. Os centros costeiros de Alcobaça, Prado e Porto Seguro serviam como pontos de partida, enquanto a África Ocidental era usada como área de apoio para o transporte até a Europa. A rede mantinha ligações com grupos criminosos posicionados para receber as remessas logo que entrassem em águas europeias.
Em novembro de 2024, as autoridades portuguesas, em estreita colaboração com a Polícia Federal brasileira e as autoridades cabo-verdianas, intercetaram um navio pesqueiro de bandeira brasileira a oeste de Cabo Verde. A operação ao navio pesqueiro levou os agentes a apreenderem 1,6 toneladas de cocaína a bordo e a prender seis tripulantes, ainda nesta fase da investigação.
Em setembro de 2025, investigadores desmantelaram a parte da rede de trafego de droga responsável pela receção dos carregamentos de cocaína na Europa. Uma ação que em Espanha levou à prisão de 37 suspeitos, incluindo a figura que geria a infraestrutura logística do grupo.
No passado 11 de dezembro de 2025, uma operação coordenada no Brasil levou à mais oito prisões, incluindo dois alvos de alto valor ligados à organização dos embarques marítimos. Foram feitas buscas em quatro locais em Portugal e foram apreendidos no Brasil bens avaliados em mais de 1,5 milhão de euros.
Para a Europol as três ações interromperam toda a cadeia da rede do trafego da droga: os organizadores no Brasil; a logística do transporte marítimo e os recetores que operam na Europa.
