O Governo do Reino Unido anunciou sanções contra o espiões e hackers russos que considera terem vindo a atacar o Reino Unido e outros países. Entre os sujeitos a sanções estão três unidades da agência de inteligência militar russa (conhecida por GRU) e 18 oficiais de inteligência militar que são considerados responsáveis por conduzirem uma campanha cibernética maliciosa ao longo de muitos anos, inclusive no Reino Unido.
A agência de inteligência militar russa é acusada pelo Governo do Reino Unido de usar de forma rotineira operações cibernéticas e de informação para semear caos, divisão e desordem na Ucrânia e por outras partes do mundo, com consequências devastadoras na vida real das pessoas.
Uma das unidades russas que foi agora submetida a sanções, pelo Reino Unido, é-lhe atribuída a responsabilidade por ter conduzido, em 2022, o reconhecimento online para ajudar a direcionar ataques de mísseis contra Mariupol – incluindo o ataque que destruiu o Teatro Mariupol, onde centenas de civis, incluindo crianças, foram mortas.
Entre os agentes de inteligência militar do GRU que constam da lista dos agora submetidoa a sanções estão os que o Reino Unido considera responsáveis por historicamente terem como alvo o dispositivo de Yulia Skripal com malware malicioso conhecido como X-Agent – cinco anos antes da tentativa fracassada dos agentes de inteligência militar do GRU de assassinar Yulia e Sergei Skripal com o agente nervoso mortal Novichok em Salisbury.
No Reino Unido, é apontada à Rússia ataques a meios de comunicação, empresas de telecomunicações, instituições políticas e democráticas e a infraestrutura energética.
“Os espiões do GRU estão a realizar uma campanha para desestabilizar a Europa, minar a soberania da Ucrânia e ameaçar a segurança dos cidadãos britânicos”, afirmou David Lammy, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido.
Mas, David Lammy acrescentou: “O Kremlin não deve ter dúvidas: vemos o que eles estão a tentar fazer nas sombras e não toleraremos isso. É por isso que estamos a tomar medidas decisivas com sanções contra espiões russos.”
Para combater as ameaças híbridas o governo do Reino Unido indicou que está a trabalhar em colaboração com uma crescente coligação internacional que inclui todos os 32 Membros da OTAN, com a UE e os seus Estados-Membros, e os parceiros no FBI.
Para fazer frente ao que considera serem ameaças o Reino Unido anunciou o maior aumento sustentado nos gastos com defesa desde a Guerra Fria, que deverá atingir os 2,6% do PIB a partir de 2027. Entre os investimentos em Defesa o Governo indicou que está a intensificar o foco no combate a ameaças híbridas e tecnológicas, e que a nova Parceria de Segurança e Defesa Reino Unido-UE irá permitir uma cooperação mais estreita em uma ampla gama de áreas.
