Serviços públicos destruídos em Gaza leva população ao desespero e ruir a ordem civil

Milhares de palestinianos em desespero invadem armazéns da Agência das Nações Unidas em Gaza, por bens básicos de sobrevivência. A falta de comunicações assustou a população e impediu a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Serviços públicos destruídos em Gaza leva população ao desespero e ruir a ordem civil
Serviços públicos destruídos em Gaza leva população ao desespero e ruir a ordem civil. Foto: © UN

Ontem, dia 28 de outubro, milhares de pessoas invadiram vários armazéns e centros de distribuição da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, (sigla inglesa UNRWA) nas áreas central e sul da Faixa de Gaza, divulgou a Agência.

As pessoas levaram farinha de trigo e outros bens básicos de sobrevivência, como bens de higiene. Um dos armazéns, em Deir al-Balah, é onde a UNRWA armazena os bens de ajuda humanitária vinda do Egito.

“Este é um sinal preocupante de que a ordem civil está a começar a ruir depois de três semanas de guerra e de um cerco apertado a Gaza. As pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas. As tensões e o medo são agravados pelos cortes nos telefones e nas linhas de comunicação pela Internet. Eles sentem que estão sozinhos, isolados das suas famílias dentro de Gaza e no resto do mundo”, disse Thomas White, Diretor da UNRWA para a Faixa de Gaza.

A UNRWA refere que a deslocação maciça de pessoas do norte de Gaza para a zona sul colocou uma enorme pressão sobre essas comunidades, acrescentando ainda mais peso aos serviços públicos em ruínas. Algumas famílias receberam até 50 parentes abrigados em uma mesma casa.

“Os bens no mercado estão a esgotar-se enquanto a ajuda humanitária que chega à Faixa de Gaza em camiões provenientes do Egipto é insuficiente. As necessidades das comunidades são imensas, mesmo que apenas para a sobrevivência básica, enquanto a ajuda que recebemos é escassa e inconsistente”, acrescentou Thomas White.

No sábado dia 28 de outubro, não entrou ajuda em Gaza, e até agora tinham entrad pouco mais de 80 camiões de ajuda, numa semana. A falta de comunicações não permite à UNRWA comunicar com as diferentes partes para coordenar a passagem do comboio.

“O atual sistema de comboios está fadado ao fracasso. Muito poucos camiões, processos lentos, inspeções rigorosas, fornecimentos que não correspondem aos requisitos da UNRWA e de outras organizações de ajuda e, principalmente, a proibição contínua de combustível, são todos uma receita para um sistema falhado. Apelamos a uma linha de fluxo regular e constante de fornecimentos humanitários para a Faixa de Gaza para responder às necessidades, especialmente à medida que as tensões e frustrações aumentam”, concluiu o responsável da UNRWA para Gaza.

Entretanto, as equipas da UNRWA em Gaza relataram que os serviços e ligações à Internet foram restaurados. Eles vão reavaliar a situação com o objetivo de retomar a entrada de bens a partir do Egito e a distribuição de assistência esta manhã, de 29 de outubro.

Vídeo do canal Al Jazeera