Teatro Aveirense com duas estreias na programação

“As Areias do Imperador”, encenação de Victor de Oliveira e coprodução com o Teatro Nacional de São João, e a exposição “Os Aveirenses” com curadoria de Gonçalo M. Tavares são destaques na programação do Teatro Aveirense, em setembro.

Teatro Aveirense com duas estreias na programação
Teatro Aveirense com duas estreias na programação. Foto: Rosa Pinto

O Teatro Aveirense reforça a sua aposta forte no teatro, na dança e nas artes visuais, no regresso à programação regular. Com duas estreias agendadas e destaque, durante o mês de setembro, de autores como Victor de Oliveira, Mario Bigonzetti, Nuno Cardoso e Gonçalo M. Tavares.

Os espetáculos têm início a 8 e 9 de setembro com a estreia de “As Areias do Imperador”, do qual o Teatro Aveirense é coprodutor juntamente com o Teatro Nacional São João. A criação de Victor de Oliveira, a partir de um texto de Mia Couto, transporta os espetadores para o fim do século XIX e para as guerras políticas de Moçambique, numa história de amor impossível, protagonizada por 15 intérpretes moçambicanos, portugueses e franceses.

Uma criação que conta também com o apoio do La Colline – Théâtre National de Paris, do Ministère de la Culture – Direction régionale des affaires culturelles d’Île-de-France, do Instituto Camões de Maputo e da Universidade de Aveiro.

O projeto marca o arranque de uma parceria entre o Teatro Aveirense e o Teatro Nacional de São João que inclui “As Bruxas de Salém”, no dia 29 de setembro, um texto seminal de Arthur Miller com encenação de Nuno Cardoso. Baseada em fatos reais, a peça original aludia ao macarthismo nos Estados Unidos da América, período em que se promoveu a perseguição política a diversas figuras da cultura norte-americana e de que o próprio Arthur Miller foi vítima. Hoje, Nuno Cardoso encontra aí ecos que se propagam no mundo contemporâneo e que justificam a sua escolha.

A 16 de setembro é inaugurada a exposição “Os Aveirenses”, com curadoria de Gonçalo M. Tavares, composta pela estreia de um documentário que regista o que sentem e sonham os aveirenses de várias idades. Este filme completa um tríptico iniciado em 2022, por encomenda da Câmara Municipal de Aveiro ao Teatro Aveirense composto por outros dois filmes dedicados à memória e ao futuro de Aveiro, exibidos em simultâneo nesta exposição.

No mesmo dia chega a estreia de “Vi o Ayrton Senna morrer nos olhos do meu irmão”. Este projeto é fruto de uma parceria entre o Teatro Aveirense e o Teatro José Lúcio da Silva, de Leiria, integrada na Rede de Teatros e Cineteatros de Portugal. O Teatro Aveirense lançou um desafio à Associação Dolodo e à Orquestra Filarmónica das Beiras para a criação de um projeto a apresentar nas duas cidades, sendo o resultado uma criação que se desenvolve em torno da infância e do conceito de baby shower como dispositivo de representação, com encenação de Bruno dos Reis.

A 23 de setembro o Teatro Aveirense recebe a Companhia Nacional de Bailado, que apresenta “Cantata”, de Mario Bigonzetti, e “Symphony of Sorrows”, de Miguel Ramalho, duas criações unidas pela ideia de comunidade, pondo em palco formas distintas de encarar a dança e o conceito de coletivo.