A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), proposta pelo Partido Iniciativa Liberal, já garantiu aprovação com os votos favoráveis, anunciados, do Chega, do PCP e outros partidos de Esquerda, e a indicação de abstenção do PSD. Sobre a CPI, a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEN) indicou, em comunicado, que “regista com atenção e sentido de responsabilidade o anúncio da aprovação”.
A ANTEM refere que desde há mais de dois anos que “vem denunciando publicamente as graves falhas no funcionamento do sistema e reclamando a criação desta comissão como mecanismo necessário para apurar responsabilidades e iniciar uma verdadeira reforma.”
No entanto, a Associação dos Técnicos de Emergência Médica indica que “infelizmente, a criação da CPI peca por tardia: vários alertas foram ignorados, muitas falhas mantiveram-se e os riscos para os pacientes acentuaram-se.”
Também, para a ANTEM, além do atraso, “a limitação aparente do objeto da comissão à gestão do INEM não responde à complexidade e profundidade dos problemas que temos vindo a denunciar”. Que, refere, deve incluir “a formação técnica desatualizada, a ausência de regulação eficaz, a falta de integração no sistema científico e académico, a transformação num verdadeiro Serviço Médico de Emergência, com Técnicos de Emergência Médica e Paramédicos, são alguns dos temas centrais (havendo muitos outros) que também exigem inquirição, análise e respostas concretas.”
Em face de uma previsível criação da CPI para o INEM, a ANTEM indica que está disponível para colaborar com a CPI, e que espera que a mesma “não se transforme num exercício de circunstância, mas sim num ponto de viragem na forma como Portugal encara os Serviços Médicos de Emergência.”
