Ucrânia celebra Dia dos Heróis da Centena Celestial

Manifestações na Praça Maidan, em Kiev, em 2014, derrubaram o regime de Viktor Yanukovych e aproximaram a Ucrânia da União Europeia. Hoje, 20 de fevereiro, são homenageados os mais de 100 ucranianos do Euromaidan que morreram nos confrontos com a polícia.

Ucrânia celebra Dia dos Heróis da Centena Celestial
Ucrânia celebra Dia dos Heróis da Centena Celestial. Foto: © Rosa Pinto

A Ucrânia homenageia, hoje, 20 de fevereiro, a memória dos ucranianos que foram mortos no inverno de 2013-2014, na Praça Maidan, em Kiev, durante as manifestações contra o regime do então Presidente Viktor Yanukovych.

Na chamada Revolução da Dignidade, ou Euromaidan, mais de 100 ucranianos morreram nos confrontos com a polícia. Estes Heróis da Centena Celestial permitiram “devolver o navio ucraniano rumo à Europa” ao defenderem corajosamente “os interesses ucranianos, juntamente com milhares de ucranianos e estrangeiros que não ficaram indiferentes”, referiu a Embaixada da Ucrânia em Lisboa.

A lista das vítimas da Centena Celestial (nome dado à cerimónia fúnebre dos que foram mortos) foi tornada pública a 22 de fevereiro de 2014, e onde conta que “até 18 de fevereiro de 2014, morreram 9 pessoas, de 18 a 20 de fevereiro de 2014 foram 78, e depois de 20 de fevereiro de 2014, morreram mais 20 pessoas. No total, 107 vítimas estão na lista da Centena Celestial”.

“O Euromaidan mostrou que os ucranianos, finalmente, formaram-se como nação e indubitavelmente merecem o direito de serem donos da sua própria casa e de determinar o seu destino, assumindo essa responsabilidade. À custa do sacrifício da Centena Celestial, foi demonstrado que o espírito ucraniano é inquebrável e que os ucranianos são invictos”, referiu a Embaixada.

Os ucranianos da Praça Maidan lutaram por uma Ucrânia mais virada para o ocidente, e venceram. O ex-presidente Viktor Yanukovych foi acusado e julgado por traição por tentar esmagar, pela força, as manifestações pró-ocidentais de 2014. Viktor Yanukovych que se refugiou na Rússia foi também acusado de ter pedido à Rússia o envio de tropas para interferir na Ucrânia.

A Embaixada da Ucrânia em Lisboa lembrou que o país “pagou um preço elevado pela sua escolha civilizacional” mas que “nos últimos seis anos foram muitos os sucessos no rumo europeu, nomeadamente a entrada em vigor do Acordo de Associação com a UE e a introdução do regime de isenção de visto com a União Europeia, bem como outras grandes mudanças que mostram como, decisivamente, a Ucrânia está a avançar”.

A Embaixada acrescentou: “Há um ano atrás, a 7 de fevereiro de 2019, o parlamento ucraniano aprovou as emendas à Constituição da Ucrânia a respeito da integração do nosso país na União Europeia e na NATO, cimentando assim o curso estratégico do país em direção à integração Euro-Atlântica”.