
O Conselho da União Europeia (UE) impôs ontem, 15 de julho, sanções contra nove indivíduos e seis entidades que considera serem responsáveis por ações desestabilizadoras da Rússia no exterior, que inclui Manipulação e Interferência de Informações Estrangeiras (FIMI) .
As sanções atingem a “Rede Russa de Radiodifusão e Televisão” (RTRS), empresa estatal e o Diretor Geral e o Diretor do Departamento de Coordenação do Desenvolvimento da Infraestrutura de Comunicações em Novos Territórios.
O Conselho da UE refere que sob a direção do Ministério competente da Federação Russa, a RTRS desempenha um papel fundamental na substituição efetiva dos sistemas de radiodifusão ucranianos estabelecidos nas regiões ocupadas por uma rede que transmite conteúdo aprovado pelo Governo Russo com o objetivo de suprimir a dissidência, alinhar a população local às políticas russas e deslegitimar a governança da Ucrânia nos territórios ocupados.
Outros que ficam sujeitos a sanções são o 841º Centro Separado de Guerra Eletrónica e dois membros de alto escalão da equipa que supervisionam as operações na região de Kaliningrado. O Conselho da UE justifica a decisão com interrupções de sinais GNSS em vários países europeus que têm sido associadas a atividades de guerra eletrónica de Kaliningrado, incluindo interferência e falsificação de sinais GNSS, que têm afetado principalmente os Estados Bálticos e interrompido a aviação civil.
Também, a UE decidiu aplicar sanções à Associação de Jornalistas dos BRICS (BJA), à Fundação para o Combate à Injustiça (R-FBI) e ao Centro de Especialização Geopolítica (CGE). A BJA e o R-FBI foram criados pelo russo Yevgeny Prigozhin e indicou a Conselho da UE que estiveram envolvidos em inúmeras operações Manipulação e Interferência de Informações Estrangeiras visando a França e a Ucrânia, incluindo uma campanha que acusa soldados franceses de terem sequestrado crianças no Níger após o golpe militar de 2023, enquanto o CGE foi fundado pelo russo Aleksandr Dugin e para o Conselho da UE é responsável por orquestrar campanhas de desinformação direcionadas aos interesses ucranianos, desacreditando figuras políticas ocidentais e influenciando processos eleitorais em países ocidentais.
Da decisão do Conselho da UE consta ainda um oficial do GRU, vários propagandistas e Yevgeny Shevchenko e sua empresa online Tigerweb. Este último por disseminar conteúdo pró Rússia direcionado a vários países ocidentais, incluindo a França.
Mas recentemente o Conselho da UE já tinha imposto sanções a Nathalie Yamb – uma influenciadora digital e defensora declarada da Rússia, que adotou a linguagem de Moscovo visando o Ocidente e a França em particular, com o objetivo de expulsá-los do continente africano. De acordo com o Conselho da EU, Nathalie Yamb tem laços específicos com a AFRIC, uma organização ligada a empresas militares privadas russas, e é responsável por apoiar a Federação Russa por meio de manipulação e interferência de informações.
Com estas novas decisões o Conselho da UE já aplicou sansões a 47 pessoas físicas e 15 entidades, relacionadas com atividades desestabilizadoras da Rússia. As sanções incluem o congelamento de bens e a proibição do fornecimento de fundos ou recursos económicos, direta ou indiretamente, a essas pessoas ou em seu benefício. Além disso ficam também proibidas de entrar no espaço da UE.













