Varíola pelo vírus monkeypox aumenta na Europa

Europa possui 90% de todos os casos confirmados de varíola por vírus monkeypox. Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde indica que, até 1 de julho, o número de casos era 415. A OMS alerta para o risco de o número de casos continuar a aumentar.

Varíola pelo vírus monkeypox aumenta na Europa
Varíola pelo vírus monkeypox aumenta na Europa. Foto: TVEuropa

A Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia o risco de varíola pelo vírus monkeypox na Europa como alto, dada a ameaça contínua à saúde pública e a rápida expansão da doença. A doença é um constante desafio que está a dificultar as respostas com a confirmação de mais casos entre mulheres e crianças.

A Europa possui quase 90% de todos os casos confirmados globalmente desde meados de maio, com mais de 4.500 casos. Portugal, até 1 de julho, apresentou 415 casos confirmados da doença.

A maioria dos casos relatados, até agora, ocorreu entre pessoas de 21 a 40 anos de idade, e 99% eram do sexo masculino, sendo a maioria destes, de acordo com as informações da OMS, entre os homens que fazem sexo com homens. Mas um pequeno número de casos também foi relatado entre membros de família, contatos heterossexuais e contatos não sexuais, bem como entre crianças.

Dados disponíveis indicam que cerca de 10% dos pacientes foram internados para tratamento ou para fins de isolamento, e um paciente foi internado em Unidade de Cuidados Intensivos. Não há registo de mortes diretamente relacionadas com a doença. A grande maioria dos doentes apresenta erupção cutânea e cerca de três quartos relataram sintomas sistémicos, como febre, fadiga, dores musculares, vómitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.

As preocupações da OMS

Para a OMS não há espaço para complacência, em especial na Europa onde o surto está em rápida evolução em que a cada hora, dia e semana a doença espalha-se a áreas anteriormente não afetadas.

Um dos desafios é a estigmatização de homens que fazem sexo com homens em vários países. Muitos podem simplesmente optar por não se apresentarem às autoridades de saúde, com medo de possíveis consequências. É conhecido que o estigma alimenta ainda mais surtos e epidemias, e por isso o medo de criar estigmas não pode impedir as pessoas de agir.

A varíola pelo vírus monkeypox ilustrou mais uma vez como doenças endémicas ou emergentes em alguns países podem expandir-se rapidamente para surtos que afetam regiões distantes, e mesmo o mundo inteiro.