A solidariedade das comunidades portuguesas em prol dos Bombeiros

Arquiteto luso-americano John Guedes, empresário em França, Manuel Pinto Lopes, e empresário luso-americano Manuel Carvalho, são três, entre muitos outros, emigrantes beneméritos dos Bombeiros portugueses, e que Daniel Bastos dá a conhecer.

Daniel Bastos, Historiador e Escritor
Daniel Bastos, Historiador e Escritor. Foto: DR

Um dos mais importantes pilares da proteção civil em Portugal, os Bombeiros desempenham um serviço fundamental em ações de socorro decorrentes de acidentes rodoviários, combate a incêndios, desastres naturais e industriais, emergência pré-hospitalar e transporte de doentes, assim como abastecimento de água às populações, socorros a náufragos, e inúmeras ações de prevenção e sensibilização junto das populações.

Exemplos de altruísmo e de cidadania, às vezes sem o devido reconhecimento dos poderes políticos, as corporações de bombeiros em Portugal debatem-se constantemente com grandes dificuldades, resultantes da falta crónica de meios financeiros, que em muitos casos entravam inclusive a prestação de serviços essenciais às populações.

Ao longo dos últimos anos, muitas destas dificuldades e entraves, agravados pelos contextos das crises económicas, têm sido mitigados e ultrapassados graças à generosidade de vários emigrantes portugueses, que um pouco por todo o território nacional são um apoio vital para o funcionamento de corporações e para a prossecução de relevantes serviços prestados pelos bombeiros às populações.

Um destes exemplos paradigmáticos encontra-se plasmado na filantropia do arquiteto luso-americano John Guedes, fundador da Primrose Companies, uma empresa de arquitetura e construção, sediada em Bridgeport, a cidade mais populosa do estado americano do Connecticut. Natural de Vilas Boas, uma freguesia do concelho de Chaves, John Guedes ao longo das últimas décadas apoiou a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vidago, com a compra de um monitor de sinais vitais para equipar uma ambulância, e a oferta uma ambulância de emergência e outra de transporte múltiplo (ABTM).

Este exemplo de generosidade em prol dos “Soldados da Paz” tem sido também o lema de vida do emigrante fafense Manuel Pinto Lopes, responsável pela empresa Almeca Services, uma referência ao nível de aluguer e montagem de andaimes em Paris. O emigrante e empresário natural da “Sala de Visitas do Minho” é conhecido por direta ou indiretamente ter oferecido, ao longo das últimas décadas, à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fafe, veículos para combate a fogos florestais e urbanos, ambulâncias e autoescadas.

Entre os emigrantes portugueses que se têm constituído como genuínos filantropos das corporações de bombeiros, tem-se destacado igualmente, o empresário de restauração luso-americano Manuel Carvalho. Natural de Tamengos, concelho de Anadia, o líder da Fundação “Família Carvalho” e proprietário da Churrasqueira “Bairrada” tem ao longo das últimas décadas mobilizado a generosidade da comunidade luso-americana de Mineola, Nova Iorque, em prol de obras e aquisição de viaturas para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Anadia.

Estes notáveis exemplos de generosidade em prol dos Bombeiros Portugueses, e muitos outros, que foram ou estão a ser dinamizados no seio da Diáspora, evidenciam o cunho solidário de vários compatriotas espalhados pelo mundo e dão mais sentido à máxima da escritora Iara Schmegel: “Bombeiros, aqueles que acendem a chama da esperança”.

Autor: Daniel Bastos, Historiador e Escritor