O Serviço Jesuíta aos Refugiados

Número crescente de refugiados coloca prementes necessidades que o Serviço Jesuíta aos Refugiados tem apoiado, de forma reconhecida. Mas o que é, e que que apoio presta, este Serviço Jesuíta? Daniel Bastos dá-nos uma visão geral da organização.

Daniel Bastos, Historiador e Escritor
Daniel Bastos, Historiador e Escritor. Foto: DR

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) é uma organização internacional da Igreja Católica, fundada no início dos anos 80, sob responsabilidade da Companhia de Jesus, a ordem religiosa mais numerosa de sacerdotes e irmãos da Igreja Católica, à qual pertence o Papa Francisco.

O JRS tem como missão primária “Acompanhar, Servir e Defender” os refugiados, deslocados à força e todos os migrantes em situação de particular vulnerabilidade, estando atualmente presente em cerca de 50 nações.

Em Portugal, onde funciona desde os anos 90, o JRS tem atuado principalmente em áreas ligadas ao apoio social, apoio psicológico, apoio médico e medicamentoso, apoio jurídico, encaminhamento e apoio à integração profissional, alojamento de imigrantes sem-abrigo, em situação de particular vulnerabilidade social (Centro Pedro Arrupe), acompanhamento a imigrantes detidos (Unidade Habitacional de Santo António), Cursos de Língua Portuguesa e ações de formação. Sendo ainda responsável pelo Secretariado Técnico da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e pela gestão e acompanhamento técnico do Centro de Acolhimento de Refugiados (CATR) da Câmara Municipal de Lisboa.

Atualmente, no âmbito da sua missão e áreas de intervenção, o JRS em Portugal, distinguido em 2014 na Assembleia da República com uma medalha de ouro comemorativa do 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humano, tem-se destacado na ajuda valiosa que presta a imigrantes a encontrar trabalho. Segundo dados recentemente divulgados, o JRS em Portugal através do seu gabinete de emprego para imigrantes ajudou mais de 1500 pessoas a encontrar trabalho, sobretudo oriundas dos países de língua oficial portuguesa (PALOP), em particular de São Tomé e Príncipe e da Guiné-Bissau. E proporcionou formação a mais de 1100, nomeadamente no segmento doméstico, como cuidadores de idosos, acompanhamento de crianças e empregadas domésticas, assim como na restauração e na construção civil, entre outros.

Perante a ausência de uma resposta concertada das nações para com o drama hodierno dos refugiados e imigrantes, o JRS em Portugal e no Mundo, é um exemplo inspirador e prático ao serviço dos mais vulneráveis e desprotegidos, verdadeira essência do ser humano.

Autor: Daniel Bastos, Historiador e Escritor