Comissão Europeia autoriza primeiro tratamento para doença pulmonar crónica grave, a bronquiectasia não fibrose quística

Comissão Europeia autoriza primeiro tratamento para doença pulmonar crónica grave, a bronquiectasia não fibrose quística
Comissão Europeia autoriza primeiro tratamento para doença pulmonar crónica grave, a bronquiectasia não fibrose quística

A Comissão Europeia autorizou a introdução no mercado da União Europeia (UE) dos comprimidos de Brinsupri (brensocatib) 25 mg. O brensocatib é uma nova substância ativa para o tratamento da doença pulmonar crónica progressiva, a bronquiectasia não fibrose quística (BNFQ) em doentes com 12 anos de idade ou mais que apresentaram duas ou mais exacerbações (crises) nos 12 meses anteriores.

A bronquiectasia não fibrose quística é uma doença pulmonar crónica e progressiva que resulta em danos às vias aéreas e disfunção pulmonar grave, levando frequentemente à tosse crónica e obstrução do fluxo de ar devido à produção anormal de muco.

A doença é causada por repetidas infeções e inflamações e pode ser desencadeada por diversos fatores, incluindo infeções respiratórias, doenças autoimunes (quando o próprio sistema de defesa do corpo ataca o tecido normal) e imunodeficiências (quando as defesas do organismo estão reduzidas desde o nascimento). Estima-se que o número de pacientes com bronquiectasia não fibrose quística na União Europeia seja de 400 mil a 3 milhões.

Até agora não existem tratamentos aprovados para a doença, pelo que esta autorização vem dar resposta a uma importante necessidade médica.

O brensocatib requer prescrição médica e pode causar alguns efeitos secundários, que estão listados na bula do medicamento. Não deve ser utilizado durante a gravidez.

O princípio ativo do Brinsupri é o brensocatib, uma substância que inibe a dipeptidil peptidase 1, uma enzima envolvida na ativação de neutrófilos (um tipo de glóbulo branco). A ativação recorrente de neutrófilos em pacientes com bronquiectasia não fibrose quística leva à libertação excessiva das proteínas serina proteases de neutrófilos, causando danos à parede das vias aéreas, excesso de muco, inflamação persistente e comprometimento do funcionamento do sistema imunológico. Ao inibir a enzima, o brensocatib previne a ativação das proteínas serina proteases de neutrófilos, reduzindo a sua atividade prejudicial nos pulmões.