Aprovadas medidas para integração dos mercados financeiros da União Europeia

Aprovadas medidas para integração dos mercados financeiros da União Europeia
Aprovadas medidas para integração dos mercados financeiros da União Europeia. Foto: ©UE

A Comissão Europeia adota pacote abrangente de medidas para eliminar os obstáculos a um mercado único dos serviços financeiros da União Europeia (UE). O objetivo é, no entender da Comissão Europeia, criar um sistema financeiro mais integrado, eficiente e competitivo, proporcionando aos cidadãos da UE melhores opções para aumentar a riqueza e apoiar as empresas no acesso ao financiamento.

É entendimento da Comissão Europeia que “os mercados de capitais mais integrados são essenciais para reforçar a força económica da UE e concretizar prioridades estratégicas como a competitividade, as transições digital e ecológica, a defesa e a segurança. Uma integração mais profunda dos mercados financeiros não é um fim, mas um meio de criar um mercado único para os serviços financeiros maior do que a soma das suas partes nacionais. O acesso simplificado aos mercados de capitais reduz os custos e torna os mercados mais atrativos para os investidores e as empresas em todos os Estados-Membros, independentemente da sua dimensão”.

Durante demasiado tempo, a Europa tolerou um nível de fragmentação que entrava a nossa economia. Hoje estamos a fazer uma escolha deliberada para mudar de rumo. Ao construir um verdadeiro mercado financeiro único, daremos às pessoas melhores oportunidades para aumentarem a sua riqueza e desbloquearemos um financiamento mais forte para as prioridades da Europa. A integração do mercado não é um exercício técnico — é um imperativo político para a prosperidade e a relevância global da Europa”, afirmou Maria Luís Albuquerque, comissária dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.

Atualmente os mercados financeiros da UE são significativamente fragmentados, pequenos e carecem de competitividade, perdendo potenciais economias de escala e ganhos de eficiência. Em termos de comparação verificou-se que em 2024, na UE a capitalização bolsista das bolsas de valores ascendeu a 73 % do PIB, e nos EUA o valor foi de 270%.

Além disso, as instituições financeiras continuam a enfrentar diferentes requisitos e práticas nos Estados-Membros, o que dificulta as operações transfronteiras e restringe as oportunidades tanto para os cidadãos como para as empresas, com impacto negativo na economia e na competitividade da UE.

As medidas propostas incluem:

Eliminar os obstáculos à integração do mercado e alavancar a escala: O objetivo é eliminar os obstáculos à integração na negociação, pós-negociação e gestão de ativos. Os participantes no mercado possam operar de forma mais harmoniosa em todos os Estados-Membros, reduzindo as diferenças de custos entre as transações nacionais e transfronteiras. Também é o reforço das oportunidades de passaporte para os mercados regulamentados e as centrais de valores mobiliários, a introdução do estatuto de “operador de mercado pan-europeu” para os operadores de plataformas de negociação, para racionalizar as estruturas empresariais e as licenças numa entidade única ou num formato de licença único, e a racionalização da distribuição transfronteiras de fundos de investimento na UE.

Facilitar a inovação: As medidas centram-se na eliminação dos obstáculos regulamentares à inovação relacionados com a tecnologia de livro-razão distribuído. Adapta o quadro regulamentar para apoiar estas tecnologias e altera o Regulamento-Piloto de livro-razão distribuído para flexibilizar os limites, aumentar a proporcionalidade e a flexibilidade e proporcionar segurança jurídica, incentivando assim a adoção de novas tecnologias no setor financeiro.

Racionalização e reforço da supervisão: Medidas para resolver as incoerências e complexidades decorrentes de abordagens nacionais de supervisão fragmentadas, tornando a supervisão mais eficaz e conducente às atividades transfronteiras, dando simultaneamente resposta aos riscos emergentes. O que inclui a transferência de competências de supervisão direta de infraestruturas de mercado significativas, como determinadas plataformas de negociação, contrapartes centrais, CSD e todos os prestadores de serviços de criptoativos, para a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados e o reforço do papel da coordenação por essa Autoridade no setor da gestão de ativos.

Simplificação e redução dos encargos: As medidas irão simplificar ainda mais o quadro dos mercados de capitais, convertendo as diretivas em regulamentos, racionalizando as habilitações de nível 2 e reduzindo as opções e faculdades nacionais para evitar a sobrerregulamentação.