TESLA X P100D

TESLA pode significar carros elétricos, mas também significa estética, inovação e visão futurista. Jorge Farromba colocou-se aos comandos do modelo avançado da TESLA, o X P100D, e viu o que há de diferenças numa marca que está a escrever o futuro.

TESLA X 100 P100D
TESLA X 100 P100D. Foto: DR

A TESLA marcou claramente o futuro do automóvel e transformou-se numa marca “sexy”, tal como a APPLE. Poucas marcas conseguem tal feito e em tão pouco tempo. É também por isso que é alvo de tantos case studies. Basta referir o seu nome e o desejo de a conhecer ou de ensaiar um dos seus automóveis é assumido. E quase todos conhecem algo sobre a TESLA.

Nos dias que decorreram com o ensaio, as pessoas olhavam-no com admiração, as cabeças voltavam-se à sua passagem e quando parado, o TESLA X via-se envolvido por muitos olhares curiosos que o observavam. Pode parecer exagero, mas foi factual.

O patamar de notoriedade em que se colocou transformou a marca num objeto de desejo. Importa por isso compreender se a perceção é real.

Marcado que estava o ensaio, somos recebidos com uma apresentação detalhada do modo de funcionamento do modelo. Mesmo para quem já tinha ensaiado outros modelos da TESLA é sempre um privilégio ouvir as explicações pois surge sempre algum detalhe que não nos apercebemos.

TESLA X 100 P100D
TESLA X 100 P100D. Foto: DR

Para este ensaio contámos com a versão do SUV mais rápido do mundo – TESLA X P100D – com um arranque de 3,1 segundos de 0 a 100 km / h – P de Performance e D (dual motors – significa que o carro é all-wheel-drive com 2 motores elétricos (um na parte da frente e outro na parte de trás)) e o famoso modo ludricous (“fora do razoável”), mas já lá iremos.

Primeira impressão – a estética. Fazendo jus à “tradição” do Model S, este X apresenta-se com a mesma linha estilística tanto na frente como atrás e, se um adjetivo serve, é que é demasiado apelativo. As linhas conjugam robustez, com desportividade. Visto de qualquer ângulo o TESLA seduz, num modelo onde a construção em alumínio (e alguns reforços em aço) está bastante presente.

TESLA X 100 P100D
TESLA X 100 P100D. Foto: DR

Com a chave no bolso é hora de nos aproximarmos do TESLA e as portas abrem-se para podermos aceder (sim, têm o sensor para não bater noutras viaturas) e o vidro (sem moldura) desce uns centímetros para facilitar depois o fecho da porta. Podemos sempre optar por clicar na moldura da porta para as abrir. As fantásticas portas de asas de falcão são o ex-libris do modelo que, além da função estética têm uma função funcional (a de ocupar menos espaço que uma tradicional porta e de facilitar em muito o acesso ao interior). Falando de interior e começando pelas bagageiras, referir que o espaço oferecido tanto a atrás como à frente (onde está parte do espaço não ocupado por um tradicional motor de combustão e que também serve como zona de impacto em caso de acidente frontal) servem perfeitamente para os 4, 5, 6 ou 7 possíveis passageiros do SUV.

Já no interior – sim, a porta fecha-se assim que toco no travão, uma vez que o sistema “assume” que vou iniciar viagem, encontramos exatamente o mesmo desenho do TESLA S, ou seja, o “casamento” da irreverência, do bom gosto, qualidade, do desenho cativante, do fantástico ecrã de 17 polegadas que centraliza toda a informação do automóvel, num modelo que nos garante um espaço disponível muito bom, e que face ao seu irmão S, muda na altura ao solo e num maior espaço interior (que, em ambos os modelos e por força das baterias estarem ao longo de todo o piso lhes garantem um baixo centro de gravidade, um menor risco de capotamento e sobretudo um comportamento digno de registo)

TESLA X 100 P100D
TESLA X 100 P100D. Foto: DR

Falar do Model X é copiar o que é dito do Model S. A facilidade de utilização do ecrã que gere quase toda a informação do automóvel permite-nos parametrizar o AC, a suspensão pneumática, a direção, o fantástico (!!!) sistema de som, o sistema SPOTIFY Premium, o sistema de navegação, o acesso à internet, a posição dos bancos, o aquecimento dos bancos, volante, entre muitas opções. Existem somente 2 botões na consola – os 4 piscas e o que abre o porta-luvas. Mesmo o sistema de carregamento e destrancamento do sistema de carregamento está presente no ecrã de 17 polegadas.

A coluna de direção, assim como os bancos, são eletricamente ajustáveis, e esta possui o sistema de Autopilot, que sendo muito intuitivo de utilizar – sempre com as mãos no volante – ainda não consegue efetuar rotundas ou ter uma ação 100% eficaz nas mesmas. De resto, usado em sistema pára-arranca o sistema funciona de modo seguro e permite mudar de faixa e retornar à mesma em total segurança. Ainda não consegue nesta versão sair da autoestrada para a zona de portagens ou funcionar em autonomia total. Mas o futuro é hoje. Seja como for, o sistema atual é de uma enorme mais valia e garante uma segurança acrescida.

Uma vez instalados no Tesla, basta na coluna de direção do lado direito baixar a manete da caixa de velocidades (para cima faz marcha atrás e clicando para dentro realiza o parqueamento) e o modelo avança silenciosamente, seja no modo Chill, Sport ou… o tal.

O arranque é poderoso nos dois primeiros e surpreendentemente desconcertante no Ludricous. Não existe aqui concorrência. A ultima opção impele-nos com vigor contra o banco, a respiração fica ofegante e a rapidez com que se atingem velocidades proibitivas é avassaladora, tentadora … e viciante. O comportamento relativamente ao seu irmão S, não varia muito. A suspensão pneumática (ajustável em altura) torna as viagens muito confortáveis, os bancos são cómodos e garantem amplo conforto e suporte lateral, a ergonomia está num ótimo patamar. A qualidade de construção está quase ao nível dos alemães, o que deveria preocupar e muito a armada alemã, pois este foi … o primeiro SUV da marca numa marca sem passado e, historicamente os alemães só agora conseguem atingir um patamar elevado que lhes demorou décadas a erigir.

A autonomia de mais de 400 kms é perfeitamente atingível e seria possível de se fazerem mais kms, não fossem os dois modos Sport… e o tal, que depois reduzem em muito a autonomia (de recordar que nunca me senti constrangido a não usar o AC ou o sistema de som ou outro sistema, o que diz bem da gestão inteligente que este modelo possui).

O Parque das Nações, em Lisboa, que possui uma imensidão de estações de carregamento possui uma particularidade, segundo me foi explicado por vários utilizadores – o nível de carregamento é lento porque intencionalmente decidiram reduzir a potência dos mesmos. Verdade seja dita quando, com menos de 100km de autonomia coloquei o TESLA a carregar num desses postos (encontrei vários avariados e outros com automóveis elétricos sem estarem sequer ligados “à tomada”), o tempo de carregamento era de … 26 horas. Resolvi contactar os vários hotéis que possuem estações de carregamentos no Parque das Nações (e arredores) e a resposta foi que podia utilizar mediante pagamento de 10 a 15 euros pela “taxa de estacionamento”. Resolvi ir à Prio da Ameixoeira e encontrei uma fila de 5 UBER Nissan Leaf (pelas nossas contas, sairia dali já com o sol a nascer no horizonte). Obviamente que ali não seria solução mas estes carregamentos têm uma vertente social interessante, pois geram animadas conversas entre utilizadores e sentimento de ajuda. Solícitos deram-me como opção a estação de Aveiras (a 48kms) pois o carregamento rápido da A5 também tinha fila de espera. Parabéns ao LIDL de Sacavém por também aderir aos PCR (postos de carregamento rápido) mas estava neste caso avariado. Valeu-me na urgência a TESLA que me permitiu o carregamento em 6 horas. Em resumo, não podemos querer um País com uma taxa de adesão a viaturas elétricas quando não proporcionamos as condições para uma eficaz mobilidade. E estamos a falar da capital de Portugal. Esta opção no interior só se mantém válida se estiver perto de alguma autoestrada com PCR, caso contrário o elétrico só é opção mediante a aquisição do sistema de carregamento para casa.

Sobre o comportamento do TESLA X em qualquer piso e em qualquer estrada é poderoso, estável e referencial, mesmo com esta altura ao solo. O nível atingido pela TESLA, que não deriva somente da colocação das baterias entre eixos, do baixo centro de gravidade do X mas de um chassis muito interessante e bem afinado, permitem enfrentar cidades e estradas em total segurança, com entradas em curva corretas e sem surpresas.

Para finalizar é de referir que também no momento da aquisição a TESLA inovou, pois a aquisição é online e as opções de personalização são logo ali escolhidas e não são vastas (uma vez que o TESLA já inclui todas as funcionalidades). Detalhes como a cor, as jantes, o interior, o autopilot e pouco mais). De série, o TESLA vem carregado de emoções fortes!

  • Garantia de 8 anos, da bateria com um infinito número de quilómetros e da unidade de acionamento
  • Garantia de 4 anos, limitada a 80 000 km
  • Preço da unidade ensaiada: 160.000 euros a 180.000 euros consoante o pacote (capacidade de condução autónoma total, autopilot melhorado, 6 ou 7 lugares,
  • 542km de autonomia NEDC
  • Peso: 2497kg
  • 612 CV
  • 0-100km/hora – 3.4s
  • 0-200km/hora 14,4s
  • Velocidade máxima 250km/hora