Células solares podem ser baseadas em moléculas de ferro

Investigadores da Universidade de Lund (UL), na Suécia, verificaram que corantes à base de ferro trabalham a um nível molecular em células solares. Um conhecimento que pode acelerar o desenvolvimento de células solares de baixo custo.

Laboratório de investigação em Laser, Universidade de Lund.
Laboratório de investigação em Laser, Universidade de Lund. Foto: Jens Uhlig - UL

Os investigadores concluíram que é possível utilizar tintas à base de ferro em células solares. Esta conclusão permite, no futuro, o recurso ao ferro, em vez de outros metais mais caros e raros, para a produção de células solares e coletores de luz. Neste caso a produção de células solares será mais barata e mais amiga do ambiente.

O estudo foi publicado na revista científica ‘ChemSusChem’, de 7 de abril de 2016, e permite considerar que com o abaixamento dos custos de produção poderá levar a uma grande procura de células solares e, desta forma, à produção de energia sustentável em grande escala.

“Neste novo estudo, demonstramos como corantes à base de ferro trabalham a um nível molecular. Desta forma, somos capazes de melhorar ainda mais estes complexos de ferro para absorver e armazenar energia solar “, referiu o cientista Petter Persson, citado pela Universidade de Lund (UL).

Nas últimas décadas, investigadores em vários locais do mundo têm tentado desenvolver corantes à base de ferro mas sem sucesso. Uma razão importante para esta dificuldade é que a obtenção das propriedades eletrónicas em certas tintas à base de ferro é muito mais difícil em comparação com outros metais. Mas agora os investigadores da Universidade de Lund conseguiram ultrapassar o problema.

O cientista Petter Persson referiu que “há um grande interesse internacional nesta investigação”, e acrescentou que “grupos de investigadores noutras partes do mundo estão ansiosos para testar os novos corantes noutras áreas de aplicação”.

A utilização comercial de corantes de ferro na produção de células solares poderá ainda demorar alguns anos. No entanto, Petter Persson manifestou-se surpreendido pela velocidade de desenvolvimento que foi conseguido.

“É difícil desenvolver novos materiais para conversão de energia solar. Pela primeira vez, o processo tem sido extraordinariamente rápido, dado que fizemos vários avanços importantes em apenas alguns anos”, afirmou Petter Persson.