Alfama teve a sua procissão de Santo António

A imagem de Santo António percorreu, no dia 13 de junho, as ruas de Alfama, e lá estavam os habitantes, os comerciantes e os turistas, mas sobretudo estavam os hábitos e costumes de um bairro por onde teria andado quando jovem o Fernando Martins Bulhão.

Procissão de Santo António, Alfama, Lisboa
Procissão de Santo António, Alfama, Lisboa. Foto: Rosa Pinto

Fernando Martins Bulhão que ficou imortalizado como Santo António terá nascido junto há Sé de Lisboa, em 1191, onde hoje se situa o Museu e ao lado da igreja, com o seu nome. O jovem, também conhecido por Bulhões, cresceu no bairro lisboeta e terá percorrido as ruas de Alfama, estudou durante dois anos no Mosteiro de São Vicente de Fora e aos 20 anos partiu para Coimbra para seguir os estudos.

A procissão de Santo António realizou-se, como acontece desde 1952, pelas ruas do bairro de Alfama, no dia 13 de junho. É uma das procissões mais antigas da capital não se sabendo ao certo a data da primeira realização, no entanto, sabe-se que antes tinha início no Convento dos Franciscanos, no Chiado.

Em 1834 a procissão terá deixado de se realizar e foi retomada em 1895 mas com início no Mosteiro de São Vicente de Fora. Só a partir de 1952 a procissão passou a sair da igreja Santo António, e tem mantido, com pequenas alterações, o percurso pelo Bairro de Alfama.

A profissão foi sempre muito íntima e sentida pelos lisboetas, nomeadamente pelos habitantes do bairro de Alfama, dado ao longo do tempo foi sendo estabelecida uma ligação do Santo António com as manifestações populares, como os arraiais. Uma ligação estabelecida pelo povo, mas que virá do apoio que o santo deu aos pobres.

A procissão saiu da igreja de Santo António às 17h00, com a imagem do santo colocada num jipe dos bombeiros, mas muito antes o largo e as ruas até Sé se encontravam apinhadas de gente.

Ao longo do percurso foram entrando na procissão as imagens de São João Baptista, São Miguel, Santo Estêvão, São Vicente e São Tiago tendo terminado em frente à Sé de Lisboa, com uma mensagem de D. Nuno Brás.

Foram muitos os lisboetas que acompanharam a procissão pelas ruas estreitas de Alfama, outras aguardaram pela passagem, sobretudo em locais com melhor visibilidade e protegidos do calor de junho.

O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e vários Vereadores acompanharam a procissão ao longo de todo o percurso, o mesmo fez Assunção Cristas, presidente do CDS e candidata à presidência da Câmara Lisboeta.