Biomarcador para saber se vai sofrer de doença de Alzheimer

Investigação demonstra que é possível detetar precocemente, por meios não invasivos, a doença de Alzheimer. Foram descobertos novos biomarcadores altamente sensíveis e eficientes para distúrbios neurodegenerativos.

Bimarcador para saber se vai sofrer de doença de Alzheimer
Bimarcador para saber se vai sofrer de doença de Alzheimer. Foto: Ricardo B. Maccioni

Investigação desenvolvida por equipas de cientistas de vários países correlaciona as proteínas Tau em plaquetas com a diminuição do volume cerebral em áreas conhecidas por estarem associadas a doenças de demência. Esta correlação permite utilizar biomarcadores periféricos para a identificação de possíveis sinais da doença de Alzheimer.

Estes biomarcadores podem ser úteis para fins clínicos, mas também para estudos de investigação orientada, ou seja para compreender a complexidade da doença de Alzheimer.

A conclusão do estudo de investigação resulta do trabalho em colaboração entre o Laboratório de Neurociência do Centro Internacional de Biomedicina sob a liderança de Ricardo Maccioni e as equipas de investigação de Andrea Slachevsky, da Faculdade de Medicina, Universidade do Chile, e de Oscar Lopez e James Becker, da Universidade de Pittsburgh, Faculdade de Medicina, Estados Unidos da América.

O estudo, com o título ‘Tau Platelets Correlate with Regional Brain Atrophy in Patients with Alzheimer’s Disease’, já se encontra publicado na revista científica ‘Journal of Alzheimer’s Disease’.

De referir que Ricardo Maccioni fez parte do estudo que permitiu detetar em plaquetas de sangue humano as formas oligoméricas patológicas da proteína Tau cerebral em pacientes com doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.

Este estudo cientifico mostrou que a relação entre as variantes patológicas e normais de Tau estavam associadas à redução do volume cerebral em estruturas-chave ligadas à doença.

Estas estruturas incluíram o giro cingulado esquerdo medial e anterior direito, cerebelo direito, tálamo direito (pulvinar), córtex frontal esquerdo e região para-hipocampal direita, de acordo com as abordagens por imagem por ressonância magnética.

Para além da grande utilidade desta tecnologia não invasiva para a deteção e progressão da Doença de Alzheimer, o uso de um biomarcador Tau pode levar à identificação da Doença de Alzheimer antes que os sintomas clínicos sejam evidentes, e assim possa desempenhar um papel essencial no desenvolvimento de terapias preventivas.