China regressa à atividade económica depois do confinamento

Grandes marcas estão a retomar os negócios em Wuhan, na China. A retoma da economia está a ser feita, mas vai ainda ser demorada devido à baixa procura do exterior. China receia segundo surto do coronavírus.

China regressa à atividade económica depois do confinamento
China regressa à atividade económica depois do confinamento

Dia 8 de abril pode ser um dia marcante para Wuhan, a cidade chinesa que foi o centro do surto do novo coronavirus. Pela primeira vez desde o início do surto, há mais de dois meses, as pessoas vão poder deixar a cidade.

Mas existem outros sinais de que a vida na cidade está a voltar ao normal. Um exemplo vem do fabricante de carros elétricos Tesla que reabriu seu showroom na cidade, e do Wuhan International Plaza, com as marcas de luxo como Louis Vuitton, também a abrir as lojas.

Com os novos casos de coronavírus em declínio na China, o governo está agora a voltar o foco na revitalização da economia entretanto paralisada. No país onde a pandemia da COVID-19 teve início os números oficiais mostraram uma queda acentuada no número de casos nas últimas semanas.

Os números mostram também que a economia chinesa encolheu 21% nos dois primeiros meses do ano, com as vendas no setor automovel a cair 79%, em fevereiro. Foi a maior queda mensal de todos os tempos no maior mercado mundial de veículos. O banco central chinês cortou recentemente as taxas de juros dos empréstimos aos bancos em 20 pontos-base, num movimento surpresa e o maior em cinco anos.

O papel da China como fábrica mundial significa que qualquer recuperação económica pode depender da procura. Com a pandemia ainda em seu auge em grande parte do resto do mundo, a procura por produtos chineses será baixa. As autoridades chinesas ainda esperam que as importações e exportações sejam muito reduzidas nos próximos meses.

O país ainda está preocupado com a ameaça de uma segunda onda do vírus quando os estudantes chineses regressarem a casa vindos do exterior do país. A China cancelou muitos voos internacionais e impediu o acesso a quase todos os estrangeiros.

Dados divulgados recentemente na China indicam que cerca de 78% das pessoas podem ser assintomáticas, dificultando ainda mais os esforços para conter a doença. Essas pessoas não apresentam sintomas, mas podem ser contagiosas.

Zhong Nanshan, consultor médico sénior do governo chinês, referiu que a melhor maneira de evitar outro surto será manter indivíduos assintomáticos em isolamento por 14 dias.

A retoma da China será uma amostra do futuro para muitos outros governos em todo o mundo. Todos os olhos vão estar na estratégia adotada para a saída da crise.