Dez maneiras de prevenir a recusa de uma criança de ir à escola

Faltas à escola tem diversos efeitos negativos para o aluno, mas também para os pais. Para prevenir situações de recusa da criança de ir à escola, a investigadora norueguesa Trude Havik, que tem estudado o fenómeno, elaborou alguns conselhos para os pais.

Dez maneiras de prevenir a recusa de uma criança de ir à escola, Trude Havik do Centro Norueguês de Ambiente de Aprendizagem e Investigação Comportamental em Educação da Universidade de Stavanger
Dez maneiras de prevenir a recusa de uma criança de ir à escola, Trude Havik do Centro Norueguês de Ambiente de Aprendizagem e Investigação Comportamental em Educação da Universidade de Stavanger. Foto: Ida Gudjonsson

A não ida de um aluno à escola, por períodos longos, pode ter efeitos negativos no desenvolvimento psicológico, social e académico da criança. A investigadora Trude Havik do Centro Norueguês de Ambiente de Aprendizagem e Investigação Comportamental em Educação da Universidade de Stavanger tem vindo a estudar o fenómeno de recusa de alunos irem à escola.

Com base nos resultados do estudo, Trude Havik propõe dez conselhos aos pais, que se forem tidos em conta podem ajudar a combater a recusa dos alunos em ir à escola.

1. Fale com seu filho

Tente descobrir porque é que o a criança se recusa a ir para a escola. Algo aconteceu? Pergunte se tem amigos na escola. Faça perguntas mas seja específico.

2. Entre em contacto com a escola o mais rápido possível

Pergunte na escola se notaram alguma mudança de comportamento no aluno (a), tanto em relação ao trabalho escolar como nas relações sociais.

Os pais devem entrar em contacto com a escola, e eles devem juntos descobrir porque é que a criança não quer ou não pode ir à escola.

3. Faça um acordo

Queixas sobre dor de barriga ou dor de cabeça são muitas vezes as primeiras indicadas para a recusa de ida à escola. Em caso de queixas, deve concordar que seu filho deverá ir para a escola, mas pode regressar a casa se a dor piorar durante o dia. O professor também deve ser informado sobre o acordo que fez com o seu filho (a).

Os pais devem ter em conta que “a ida à escola raramente piora a condição da criança. Certificar-se de que as crianças vão para a escola é importante porque a falta de participação leva ‘a mais do mesmo’”, e “quanto mais um aluno estiver ausente, mais difícil é voltar”.

4. Exerce uma leve pressão

Mantenha-se firme. “No entanto, os pais não podem forçar os filhos se a escola os não acompanha devidamente. Isso pode aplicar-se, se a criança é submetida a bullying, sente-se infeliz ou não recebe o seguimento que ele ou ela precisa. Se o professor não responder às preocupações, dos pais, então deve ser pedida uma reunião com o diretor.”

5. Não faça atrativa a opção de ficar em casa

Quando ficam em casa “se as crianças tiverem permissão para dormir e, por exemplo, cozinhar junto com as mães, então ficar em casa durante o horário escolar pode ser muito agradável”, indicou a investigadora. Pelo que quando a criança ficar em casa num dia escolar normal deve torna-lo menos tentador. “Quando o dia escolar acaba então pode torna-lo divertido.”

6. Leve o filho ao médico

Uma criança que se queixe de dor de barriga ou de dor de cabeça deve ser submetida a um exame médico. No entanto, deve tentar que a criança frequente a escola durante o período de exame.

7. Ritmo de trabalho como de costume

Se a criança ficar em casa, é importante levantar-se no horário habitual e preparar-se para um novo dia, da mesma forma que quando vai para a escola. Faça com que seu filho faça o trabalho da escola e tente seguir o programa da turma.

8. Seja positivo sobre a escola

Quando em casa, concentre-se nos aspetos positivos e no que seu filho gosta sobre a escola, professores e colegas de sala de aula.

9. Boas rotinas

É importante que a mesma coisa aconteça todas as noites à hora de dormir e de manhã. O seu filho deve ir para a cama num horário regular e dormir o suficiente. As crianças não devem passar muito tempo com os telemóveis ou tabletes digitais antes de dormir.

10. Não se sinta culpado

“Quando uma criança se recusa a ir à escola, isso nunca depende de uma pessoa ou tem uma razão simples. Muitas vezes a questão é complexa. Os sentimentos de culpa não melhorarão as coisas, nem para os adultos nem para a criança”, referiu Trude Havik.

Os pais de crianças que se recusam a ir à escola precisam saber que não são os únicos nesta situação, e que devem “trabalhar em conjunto com a escola e serem aberto sobre algumas questões consideradas difíceis, incluindo algumas das condições de vida em casa”, mas o mais “ importante é que a criança volte à escola o mais rápido possível”.