Festival D’Onor: intimista, com tradições e cultura a unir gerações

A aldeia de Rio de Onor, em Bragança, está preparada para ser mais uma vez o palco para um festival de verão intimista. Durante os dias 19, 20 e 21 de julho, o Festival D’Onor reúne música, tradições e um modo de viver culturas que permanecem no tempo.

Festival D’Onor: intimista, com tradições e cultura a unir gerações
Festival D’Onor: intimista, com tradições e cultura a unir gerações

O Festival D’Onor decorre de 19 a 21 de julho de 2019 em Rio de Onor, perto de Bragança, uma localidade considerada uma das 7 Maravilhas de Portugal. O festival é uma experiência diferente dos grandes eventos nacionais de música, dado apresentar caraterísticas intimistas, onde a população local integra o elenco num espaço e num tempo ao par de artistas e músicas diversas e de grande aceitação nacional.

A Associação “Montes de Festa” é a responsável pela realização do festival, que já vai na 3ª edição, e que com o apoio da população de Rio de Onor e de diversas entidades públicas e privadas da região transmontana e de Espanha, tem vindo a divulgar as tradições e a cultura sobretudo local, aos portugueses, aos espanhóis e aos estrangeiros.

O cartaz do festival de 2019 apresenta diversas novidades relativamente ao ano anterior, referenciando que abertura do evento ocorre sexta-feira, dia 19 de julho, às 21h30, no Largo da Portelica, com Músicas da Raya. Uma viagem musical pela história da relação transfronteiriça entre os dois países ibéricos e a relação entre as suas canções. O momento é protagonizado por dois dos músicos mais conceituados do “folk” a nível mundial, Luiz António Pedraza (La Musgaña, Espanha) e Paulo Meirinhos (Galandum Galundaina, Portugal). A noite termina com o Baile do Gaiteiro, numa recriação dos antigos bailes que se realizavam, naquele mesmo local, ao som da gaita de fole, e, antes do fecho a atuação do DJ V’Guess.

Dia 20 de julho, sábado, decorre o 131.º Passeio Pedestre Enzonas, com arranque agendado para as 08h30, e percorre o Percurso Sinalizado de Rio de Onor, em pleno Parque Natural de Montesinho, onde os participantes podem desfrutar das paisagens e de locais únicos, como o do maior Carvalho Negral da Europa, com 23 metros de altura e cerca de 20 metros de copa.

Neste dia de manhã há mais uma novidade do Festival: a recriação do mítico Conselho do Povo, onde os festivaleiros são convidados a ajudar as gentes de Rio de Onor a limpar as margens do rio! Um momento de plena união entre quem visita e quem vive a aldeia.

Durante a tarde, acontece a Ronda Cultural e das Adegas, um dos momentos altos do evento, que é composta por momentos musicais, de convívio e lazer. A ronda consiste numa visita guiada pela aldeia, onde os habitantes locais são os protagonistas no acolhimento dos festivaleiros, nos espaços comunitários e nas suas adegas particulares. Uma atividade que surgiu na primeira edição do festival com o intuito de se basear apenas na vertente cultural (procurando explorar e divulgar o património histórico e comunitário da aldeia). Porém, o ambiente festivo e de folia proporcionou, por vontade das gentes da aldeia, a que se abrissem as portas das adegas. No final da ronda, os visitantes serão brindados com um concerto de Adélia, um projeto musical de duas brigantinas com raízes no cancioneiro tradicional português.

A noite principal deste evento será abrilhantada por Velha Gaiteira, um dos mais afamados nomes da música folk ibérica, e os Yvette Band, um grupo com cada vez mais expressão a nível nacional que se prepara para lançar novo álbum. A noite fecha com Dj Metralha, que apresenta um Set diferenciado de músicas do mundo, misturando sons e ritmos de diferentes géneros musicais. Durante a noite, além dos concertos, haverá possibilidade de participar em voos cativos de balão de ar quente.

No dia 21 de julho, domingo, ocorre o 3.º Passeio de Automóveis Antigos e Desportivos, um evento para os amantes dos carros e motas clássicos que inicia com um percurso citadino pelo Centro Histórico de Bragança, seguindo em direção à aldeia de Vilarinho, onde os participantes têm a possibilidade de visitar o aviário onde, há uns meses atrás, o “famoso” urso apareceu, e aí degustar o famoso mel da Apimonte. O percurso, depois de um reforço no Santuário de Santa Ana (Meixedo) termina na aldeia de Rio de Onor.

No período da tarde, a igreja matriz de Rio de Onor é o palco da atuação do Coro Lopes Graça, um grupo formado em 1956, num concerto intimista.

Ainda à tarde, no âmbito da promoção e envolvimento da música e dos instrumentos tradicionais, a “Montes de Festa” promove oficinas gratuitas de Gaita de Fole, pelo músico Léo Santos (professor de conservatório e instrumentista em diversos grupos de música folk), de percussão tradicional sanabresa, a mesma que se tocava antigamente em Rio de Onor, no tempo de Juan Prieto Ximeno, afamado gaiteiro Rionorês (o formador será Edelio González Fernández, antigo caixeiro de Júlio Prada de Ungilde, um dos melhores gaiteiros espanhóis de sempre).

No final da tarde ainda há tempo para uma oficina coletiva de Danças Tradicionais, pela Escola de Folclore de Puebla de Sanábria, e uma arruada de encerramento com todos os participantes e o Grupo de Gaiteiros e Tocadores da Lombada.

O festival termina com uma sessão de Teatro ao Ar Livre, com a peça: “Histórias e Narrativas da Tradição Oral Transmontana”, da Associação Fisga, com a direção Artística de Acácio Pradinhos, recordando os tempos antigos e as companhias de teatro itinerantes que percorriam quilómetros, animando de aldeia em aldeia.

Durante o evento os visitantes têm ao dispor as instalações do Parque de Campismo Local e várias unidades hoteleiras rurais de Bragança, a 20 quilómetros, ou Puebla de Sanabria, a 16 quilómetros. A alimentação está garantida durante todo o festival, onde a gastronomia local, a preços acessíveis, promete conquistar todos os festivaleiros. A entrada no Festival D’Onor é gratuita.