O novo coronavírus está a levar o país a tomar medidas de contenção para controlar e combater esta pandemia. Os profissionais de saúde são os que mais estão sujeitos ao contacto com casos positivos deste vírus e os optometristas não estão fora desta equação.
À primeira vista, e com os sintomas mais frequentes que já foram revelados como a tosse, febre, dificuldades respiratórias e em casos mais extremos a pneumonia, não se torna fácil associar as doenças oculares a este vírus, mas a verdade é que em alguns casos, a conjuntivite também foi relatada.
A conjuntivite não é mais do que a inflamação da conjuntiva (a membrana transparente que cobre a esclera, parte branca dos olhos, e parte interna das pálpebras). Existem diferentes tipos de conjuntivite que variam de acordo com a etiologia, mas os sintomas comuns a todos são a hiperemia (vermelhidão), o prurido (comichão), a epífora (lacrimejo excessivo) e a fotofobia (sensibilidade à luz).
Em dois relatórios internacionais recentemente publicados, é afirmado que o SARS-CoV-2 pode ser transmitido através do contacto do aerossol com a conjuntiva. Segundo o Journal of Medical Virology, em trinta pacientes hospitalizados na China, um dos casos apresentou conjuntivite. As análises desse doente revelaram que o vírus estava presente nas secreções oculares. Assim, é possível perceber que o Coronavírus pode afetar a conjuntiva e causar a conjuntivite. Já no estudo do New England Journal Of Medicine, os investigadores documentaram “congestão conjuntival” em 0,8% dos pacientes com COVID-19 confirmado em laboratório, num total de 30 hospitais na China.
Estes dados revelam que é elevada a probabilidade de o Optometrista contactar com pacientes possivelmente infetados com Coronavírus, ainda não identificados como tal.
Por isso, na verificação dos critérios clínicos e epidemiológicos e/ou conjuntivite é importante proceder conforme os cuidados base para o Coronavírus, promovendo o isolamento do utente e contactar a linha de apoio SNS 24 (808 24 24 24), até serem dadas novas indicações.
Os pacientes com problemas optométricos não urgentes que estão doentes devem solicitar o reagendamento das suas consultas para uma data posterior em 14 dias, no mínimo.
Autor: Raúl Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria
Deixe um comentário
Ainda sem comentários!
Apenas utilizadores registados podem comentar.
Entrar ou Criar conta
Apenas utilizadores registados podem comentar.
Entrar ou Criar conta