Máscaras de proteção e as novas variantes do coronavírus

Sociedade Portuguesa de Pneumologia esclarece que máscaras comunitárias certificadas pelo CITEVE conferem uma proteção comparável às máscaras cirúrgicas. As máscaras FFP-2 só devem ser utilizadas em ambiente de maior exposição aos vírus, como ambientes hospitalares.

Máscaras de proteção e as novas variantes do coronavírus
Máscaras de proteção e as novas variantes do coronavírus

A estirpe britânica do coronavírus SARS-CoV-2, caracterizada por uma maior capacidade de transmissibilidade da COVID-19, e vários países europeus, incluindo a França, a Alemanha e a Áustria, estão a reforçar as medidas de prevenção da propagação da COVID-19, indica a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).

Uma das medidas adotadas pelos países “consiste na proibição da utilização de máscaras comunitárias, muitas delas de fabrico caseiro e sem qualquer controlo de qualidade ou certificação”.

A SPP, em face dos diferentes tipos de máscaras, explicou:

1. As máscaras são dispositivos médicos que cobrem a boca, nariz e queixo, constituindo uma barreira que limita a contaminação por microrganismos, ajudando a reduzir e/ou controlar a propagação e inalação de gotículas da pessoa que usa este dispositivo.

A correta utilização de máscaras é uma das medidas mais eficazes para a prevenção da infeção por COVID-19, daí a importância de seguirmos a recomendação das autoridades de saúde para a utilização de máscara em todos os espaços públicos abertos ou fechados.

2. As máscaras comunitárias, por não serem sujeitas a qualquer tipo de certificação ou de controlo de qualidade, algumas são máscaras caseiras, geralmente feitas em vários tipos de tecido (lavadas e reutilizadas múltiplas vezes), podem não ter a eficácia desejada na prevenção da propagação e inalação de gotículas e da contaminação por microrganismos.

3. As máscaras cirúrgicas protegem da disseminação e/ou inalação de gotículas e têm uma capacidade de bloqueio igual ou superior a 95%. São, por isso, eficazes na filtração de partículas potencialmente infeciosas e indicadas para utilização em espaços públicos abertos e fechados, nomeadamente, lojas, transportes públicos ou na rua. Após um máximo de quatro horas de utilização, as máscaras cirúrgicas devem ser substituídas, caso contrário, perdem eficácia. Estas máscaras não podem ser lavadas nem reutilizadas. A sua correta utilização implica a cobertura da boca, nariz e queixo.

4. As máscaras FFP2 são constituídas por um respirador que tem uma capacidade de filtração de partículas igual ou superior a 95%. Vários estudos compararam a eficácia da utilização das máscaras FFP2 com as máscaras cirúrgicas na prevenção da gripe, tendo demonstrado que, embora não haja uma diferença significativa entre as máscaras FPP-2 e as máscaras cirúrgicas, verifica-se uma potencial proteção adicional associada às máscaras que têm respirador.

As máscaras FFP-2 são utilizadas em ambiente de maior exposição aos agentes patogénicos, nomeadamente em ambiente hospitalar, na execução de procedimentos médicos que implicam maior risco. No atual contexto pandémico, poderão ser consideradas em circunstâncias locais ou ambientes de maior risco de transmissibilidade.

5. Tendo em conta a impossibilidade de assegurar a qualidade de todas as máscaras comunitárias utilizadas pela população e partindo do pressuposto da fabricação e distribuição adequada de máscaras cirúrgicas, a considera que:

deverá ser considerada a obrigatoriedade de uso de máscaras cirúrgicas, podendo ser considerado, apenas em alternativa, o uso de máscaras comunitárias certificadas pelo CITEVE que, cumprindo os critérios de filtração de partículas, respirabilidade e boa adesão à face e nariz, conferem uma proteção comparável.

nos contextos de maior risco, nomeadamente os cuidadores de doentes ou famílias com elementos infetados por COVID-19, ou situações associadas a maior aerossolização e disseminação de gotículas respiratórias, deverá ser equacionado o uso de máscaras FFP-2.

o uso de máscara não substituiu as restantes medidas e o distanciamento físico, desinfeção e adequada ventilação dos espaços fechados são igualmente fundamentais.