Moda e acessórios são os produtos mais adquiridos online pelos portugueses

Estudo, agora divulgado, indica que 53% dos consumidores online portugueses adquiriram artigos de moda e acessórios pela internet nos últimos 12 meses. As compras transfronteiriças foi uma opção adotada por 44%.

Comércio Online
Comércio Online. Foto: DR

Estudo realizado pelo PayPal e pela consultora Ipsos sobre os hábitos de compras online, nacionais e internacionais, envolvendo mais de 28 mil consumidores de 32 países, indica que 53% dos consumidores online portugueses adquiriram, nos últimos doze meses, roupa, calçado ou acessórios.

O estudo concluiu também que os produtos mais adquiridos pelos portugueses foram feitos por transações transfronteiriças, ou seja, 44% dos consumidores compraram, nos últimos doze meses, roupa, calçado ou acessórios em sites internacionais.

Viagens e transportes é outra das categorias no topo das compras online. O estudo indica que 45% dos compradores compraram em online viagens no último ano e 29% fê-lo a partir de sites de outros países. A tecnologia foi uma área de compras para 41% dos consumidores que referiu ter adquirido online um objeto eletrónico, e 39% dos consumidores indicou que o fez a partir de sites internacionais.

Os produtos relacionados com decoração e jardim foram opções de compra online com menos aderentes, ou seja, apenas a 9% das compras online gerais e a 7% das compras internacionais.

O preço é o principal fator atrativo

Os compradores online optam por fazer compras em sites de outros países devido ao preço. A opção por preços mais baixos foi referida por 91% dos consumidores e por 87% dos que optaram por sites ou produtos de origem chinesa.

A China é claramente o segundo maior mercado para o consumidor português, com 41% dos consumidor a confirmar que compraram, nos últimos doze meses, em sites de origem chinesa. Os consumidores espanhóis também indicaram que os preços reduzidos são o principal elemento aliciador para recorrerem a sites chineses, uma opção referida por 66%.

A seguir à China, a Espanha obtém o 3º lugar nos mercados de compra internacionais, com 38% dos consumidores online a confirmar terem comprado a partir de sites de origem espanhola. O “acesso a itens não disponíveis no meu país” foi a justificação escolhida por 67% das pessoas que compram a partir do Reino Unido, que é o mercado mais popular para os compradores online portugueses. O estudo indica que 42% dos consumidores afirmaram ter comprado a partir de sites do Reino Unido no último ano.

A principal razão que levaria os consumidores online a recorrer a sites do seu próprio país seria um menor custo total dos produtos, razão selecionada por 62% dos inquiridos, seguida pela oferta dos portes, para 59%, e pela segurança no pagamento, para 52%.

A segurança do pagamento é para 51% dos consumidores online um dos fatores para fazer compras via internet, os portes grátis é outro dos fatores para 50% e a capacidade de comprar produtos difíceis de encontrar localmente é um fator para 46% dos consumidores.

Quando se fala de barreiras que impossibilitam a compra online, 57% indicou que os custos de envio são um dos principais fatores, enquanto 42% dos consumidores que não compraram a partir de sites internacionais justificam a escolha com os elevados preços para a devolução do produto.

A origem do produto não é relevante para os portugueses

Mais de metade dos portugueses, ou seja, 55% referiram que “não é importante se o fornecedor se encontra no exterior do país ou não” e 54% confia nos vendedores internacionais da mesma forma que nos nacionais. Portugal aparenta ser um dos países mais abertos a vendedores internacionais entre os países inquiridos, uma vez que apenas a Nigéria tem um nível de confiança maior, com 57% dos nigerianos a responder que confiam igualmente nos vendedores online internacionais e nacionais. Por outro lado, apenas 8% do consumidor japonês diz confiar nos vendedores internacionais da mesma forma que confia nos do seu país, seguidos pelos alemães, com 27%, a par do Reino Unido.

Portugal é o segundo país mais à vontade para fazer compras noutros idiomas

A língua não parece ser uma barreira para os portugueses, já que 70% afirma ter feito compras em sites de outra língua diferente do português e apenas 31% concorda que não se sentiria à vontade a fazer compras em sites de outros idiomas.

Portugal é o segundo país, no estudo, que demonstra estar mais à vontade com outras línguas, logo a seguir da Suécia, onde apenas 26% dos consumidores online afirmam não se sentirem confortáveis com sites de outras línguas. Do outro lado da tabela, o país que demonstra maior desconforto em comprar a partir de sites com língua diferente é África do Sul com 77%, seguido dos Estados Unidos da América e Canadá, ambos com 74%.

Apesar dos portugueses que compram online sentirem-se aparentarem confortáveis a adquirir produtos de países estrangeiros, 56% alegam ter abandonado, nos últimos 12 meses, uma compra transfronteiriça antes de fazerem o check out. Nas causas da decisão está, em primeiro lugar, o elevado preço dos portes de envio para 49% dos que abandonaram uma compra transfronteiriça online, e 27% justificam com o facto da inexistência da opção de pagamento pretendida. Outras razões importantes que influenciam a decisão prendem-se com o “período de entrega muito longo” e o “processo de checkout confuso”, ambos mencionados por 22% dos consumidores.

Miguel Fernandes, Head of Sales do PayPal Portugal, sublinhou, citado em comunicado, que “os portugueses são quem faz mais compras transfronteiriças online”, pelo que a PayPal decidiu “procurar o que poderia levar a estes resultados e que oportunidades é que os vendedores nacionais poderiam explorar.”

Miguel Fernandes, referiu que o estudo concluiu que “os portugueses são das pessoas que mais confiam noutras nacionalidades no que diz respeito às compras online”, e conjunto com “a habitual facilidade portuguesa de falar outras línguas”.

Para este responsável da PayPal Portugal, “estes aspetos parecem fazer com que as pessoas comprem mais a nível internacional, influenciadas pelos melhores preços e pelo acesso a outros produtos que, de outra forma, não estariam acessíveis”.