Moderna prepara vacina contra a nova variante Omicron do coronavírus

A nova variante do SARS-CoV-2, a Omicron, é considerada preocupante. A Moderna anunciou uma nova vacina candidata para combater a Omicron, e que está a testar se a capacidade da dose atual da vacina pode neutralizar a variante Omicron.

Moderna prepara vacina contra a nova variante Omicron do coronavírus
Moderna prepara vacina contra a nova variante Omicron do coronavírus. Foto: DR

A empresa de biotecnologia Moderna anunciou atualizações na sua estratégia da vacina contra a COVID-19 para abordar as variantes do SARS-CoV-2 preocupantes, devido ao surgimento da variante Omicron.

A variante Omicron recentemente descrita inclui mutações que existem na variante Delta mas que podem aumentar a transmissibilidade e mutações existentes nas variantes Beta e Delta que podem promover a fuga imunológica. A combinação de mutações representa um risco potencial significativo para acelerar a diminuição da imunidade natural e induzida pela vacina.

Uma dose de reforço de vacina representa a única estratégia atualmente disponível para aumentar a imunidade quando esta já está baixa. A vacina contra a COVID-19 da Moderna está autorizada como reforço para muitas populações na dose de 50 µg. Mas a Moderna indicou que está trabalhar para testar a capacidade da dose atual da vacina poder neutralizar a variante Omicron.

A Moderna indicou que está a trabalhar desde o início de 2021 no desenvolvimento de uma estratégia abrangente para antecipar novas variantes de preocupação. Esta estratégia inclui três níveis de resposta caso a dose de reforço atualmente autorizada de 50 µg se mostre insuficiente para aumentar a imunidade em baixo contra a variante Omicron.

A empresa divulgou que já testou um reforço com uma dose de 100 µg em adultos saudáveis. Tendo completado a dosagem de 306 participantes num estudo de segurança e imunogenicidade deste reforço de alta dose (100 µg). A dose de 100 µg da vacina também foi recentemente estudada pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) e verificou-se a presença de mais anticorpos contra as estirpes do SARS-CoV-2 anteriores. Moderna está trabalhar para verificar através de ensaios de neutralização determinar se a dose de 100 µg fornece proteção neutralizante superior contra a Omicron.

A Moderna indicou que já está a estudar duas candidatas a reforços multivalentes em clínica, que foram projetadas para antecipar mutações como as que surgiram na variante Omicron. A primeira candidata inclui várias mutações presentes na variante Omicron que também estavam presentes na variante Beta de interesse.

Uma segunda candidata multivalente inclui muitas das mutações presentes na variante Omicron que também estavam presentes nas variantes Beta e Delta. A empresa concluiu a dosagem no nível de dose de 100 µg e também planeia explorar o nível de dose de 50 µg em aproximadamente 584 participantes. Moderna irá expandir rapidamente os testes ao reforço multivalentes concluídos e em andamento para determinar se esses candidatos multivalentes são capazes de fornecer proteção neutralizante superior contra Omicron.

Em terceiro lugar a Moderna indica que avançará rapidamente com uma candidata a reforço específico de Omicron. Essa candidata faz parte da estratégia da empresa para apresentar vacinas específicas de variantes para um subconjunto de variantes de grande interesse. Durante 2021, isso já incluiu boosters específicos para Beta e Delta. A empresa tem demonstrado repetidamente a capacidade de apresentar novos candidatos a testes clínicos em 60-90 dias.

“Desde o início, dissemos que, enquanto procurávamos derrotar a pandemia, é imperativo que sejamos proactivos à medida que o vírus evolui. As mutações na variante Omicron são preocupantes e durante vários dias, estamos movermo-nos o mais rápido possível para executar nossa estratégia para lidar com essa variante”, disse Stéphane Bancel, CEO da Moderna.

O responsável acrescentou: “Temos três linhas de defesa que avançamos em paralelo: já avaliamos um reforço de dose de 100 µg, em segundo lugar, já estamos a estudar dois candidatos a reforço multivalente, que foram projetados para antecipar mutações como as que surgiram na variante Omicron e os dados são esperados nas próximas semanas.”